É fato: estamos agredindo cada vez mais o meio ambiente. Prova disso é que a produção de lixo cresceu 29% no país no período entre 2003 e 2014. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontam que os brasileiros produzem em média 387 kg de lixo por ano, totalizando cerca de 79 mil toneladas.
A região Sudeste é a que mais descarta. De acordo com a pesquisa, por aqui se produz 17.592 toneladas diariamente. Desses, 16.011 são coletados, mas apenas 10.277 tem a destinação adequada. Segundo informações do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), apesar de 30% de todo o lixo produzido no Brasil ter potencial de reciclagem, apenas 3% é, de fato, reaproveitado.
Indo contra essa maré, várias pessoas têm “botado a mão na consciência” e repensado seus hábitos de produção de lixo. É o caso da personal organizer, especialista em organização ativa e arte terapia, Margo Belloni. Ela explica que decidiu mudar suas formas de consumo a fim de não agredir tanto o meio ambiente. “É um estilo de vida que adotei”.
O primeiro passo, de acordo com a personal organizer, é pensar nas escolhas feitas no dia a dia. “São detalhes simples como usar sacolas retornáveis, comprar itens a granel porque posso levar meu próprio pote, optar pelo transporte coletivo ou uber. Não tenho carro há 4 anos”.
Uma mudança que virou rotina é a do guarda-roupas. “Se eu compro uma camiseta, tiro do meu closet e vendo ou doo. Nunca jogo no lixo, pois o tecido demora muito para decompor”.
Margo conta que aprendeu a viver com menos. “Tenho 3 peças de enxoval: uma na cama, outra lavando e uma guardada. E faço assim também com os itens de banho. Além disso, eu, de fato, uso todas as minhas vasilhas e panelas da cozinha”.
Em seu trabalho, ela sempre dá opções aos seus clientes. “Tento utilizar cabides biodegradáveis e mostrar que existem maneiras de diminuir a produção diária de resíduos”.
Mas, ela conta que são poucos que aderem. “As pessoas, infelizmente, ainda optam pelo que é bonito. Já ouvi gente falando que não liga para o meio ambiente. É uma escolha pessoal, uma conscientização de cada um”.
Para Margo, é uma corrente que precisa ser promovida. “Cada um fazendo sua parte, contribuindo de alguma forma, estaremos diminuindo o impacto negativo no mundo. É uma conscientização que se torna urgente”, conclui.