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Férias escolares aumenta em 25% número de acidentes domésticos

O mês de julho é um dos mais queridos pela criançada, que aguarda ansiosamente pelo recesso escolar. A época é de descanso para os meninos e meninas, mas exige atenção redobrada dos pais. Esse período, juntamente com dezembro e janeiro, é responsável pelo aumento de 25% no volume de acidentes domésticos. Por ano, 110 mil crianças são hospitalizadas, sendo que 90% dos casos poderiam ser evitados. Afogamento, queda, sufocação, queimaduras, choque elétrico, envenenamento por plantas e animais venenosos são as ocorrências mais frequentes.

A médica pediatra Márcia Figueiredo alerta que até pelo menos os 7 anos de vida, a criança deve estar sempre vigiada, pois ainda não tem maturidade suficiente para identificar possíveis riscos. “É principalmente nessa época do ano que os pais ou responsáveis devem ter mais atenção, pois as crianças passam a maior parte do tempo dentro de casa. Eles não devem descuidar nem um minuto dos pequenos”.

Ela explica que são muitos os acidentes que podem ocorrer com as crianças, mas que a maioria tem prevenção. “Um dos pontos importantes é a questão da eletricidade. É imprescindível não deixar fios à mostra e desencapados, assim como todas as tomadas devem ser tampadas ou escondidas com os próprios móveis da casa. Os eletrodomésticos devem ficar fora do alcance das crianças, como ferro de passar e secador de cabelo, pois podem causar queimaduras”.

Ainda no quesito eletrodoméstico, a cozinha é um dos lugares que deve ser evitado pelas crianças. “A trempe do fogão também é um perigo. Ao cozinhar é importante manter os cabos das panelas sempre voltados para dentro. Guardar em um lugar seguro os objetos pontiagudos como facas e garfos e também vidros como copos e pratos. Os materiais de limpeza e os remédios devem ser mantidos em locais altos para evitar que a criança mexa”, salienta.

Para quem possui piscina em casa, a dica é colocar um portão ou uma cerca que impeça a entrada. “Nesse tempo mais frio, como não estão em uso, é bom colocar uma lona de material resistente cobrindo-a. Ela também pode ajudar na prevenção de acidentes”. Deixar a roupa de molho em baldes, bacias e até mesmo na máquina de lavar com a tampa aberta é um risco. “Os pequenos são bem curiosos e querem saber de tudo. Dependendo da quantidade de água no recipiente, pode acontecer um afogamento”.

Os brinquedos também são motivo de preocupação, principalmente, aqueles com peças pequenas. “Elas podem ser facilmente engolidas e causar asfixia. Os pais devem prestar atenção se são apropriados para a idade. Outros objetos também oferecem risco de sufocamento como grampos, clipes, moedas, botões, sacolas plásticas, tampa de caneta etc. Todos devem ser mantidos longe do alcance. Os pais ou responsáveis nunca devem deixar o menor sob a supervisão de outra criança maior”, reforça.

E mesmo tomando todos os cuidados, algum acidente ainda pode acontecer. De acordo com a pediatra, caso venha a ocorrer, o fundamental é manter a calma para oferecer os primeiros socorros e procurar ajuda nos serviços de emergência.

Incidentes
A professora Cleusa Ramos passou por momentos de tensão com o filho Davi de 5 anos. “Deixei ele brincando sozinho na sala por um minuto e quando voltei percebi que estava um pouco estranho. Questionei o que tinha acontecido e não me respondia. Ele começou a fazer ânsia de vômito e então perguntei novamente. Foi aí que ele apontou para um brinquedo de montar e colocava a mão na garganta. Imaginei que ele pudesse ter engolido alguma peça”.

Ela conta que ligou imediatamente para o pediatra e foi até o consultório. “O médico examinou a garganta e viu que estava bem vermelha e pediu um exame de raio X. O resultado comprovou um corpo estranho. Era uma peça pequena de cerca de 1 cm. Felizmente, o objeto saiu normalmente nas fezes e não foi preciso nenhum procedimento para retirada. Mas foi um grande sufoco”, relata.

A manicure Raquel Neves também teve problemas com o filho Gustavo, de 8 anos. “Ele estava brincando com um amiguinho de super-herói. Foi só eu virar as costas para ele subir na estante e pular. Bateu a cabeça na mesinha de centro e desabou a chorar. Fiquei nervosa, porque tinha muito sangue e pensei ser alguma coisa mais grave. Pedi para minha filha mais velha levar o amigo de volta para casa e fui direto para o hospital. Chegando lá, o médico o examinou e disse que foi um corte pequeno próximo a sobrancelha e precisaria dar três pontos. Esse foi um dos piores momentos, além do susto da queda. Mas, graças a Deus acabou tudo bem”, finaliza.