Na avaliação de políticos experientes de Brasília, as denúncias envolvendo políticos de prestígio nacional vão continuar acontecendo neste início de 2017, mas, em casos específicos, isso não inviabiliza os projetos futuros de alguns nomes, como o do senador mineiro Aécio Neves, pré-candidato à Presidência da República. Aliás, seu nome ficou ainda mais fortalecido depois da prorrogação de seu mandato como presidente nacional do PSDB. O tucano mineiro é citado várias vezes em algumas delações, mas, por enquanto, não chegou sequer a ser ouvido formalmente pelas cortes judiciais do país. É o que dizem os amigos mais próximos.
Experiente no jogo político, Aécio espera poder contar com uma verdadeira união de Minas, em 2018, para poder tentar chegar ao Palácio do Planalto. O script de hoje prevê uma espécie de coligação branca, unindo forças antagônicas: Aécio como presidente, Pimentel ao cargo de governador e Marcio Lacerda de senador.
Na verdade, no próximo pleito serão duas vagas para o Senado, ou seja, os postos atualmente ocupados pelo próprio Aécio e Zezé Perrella, que ficou no lugar do falecido senador Itamar Franco. Então, nesta possível composição mineira, ainda haveria mais uma vaga para entrar em negociação, já que o ex-presidente do Cruzeiro deverá disputar, efetivamente, uma vaga como deputado estadual. Isso se a Justiça permitir, pois ele reponde a vários processos.
No plano estadual há informações disponíveis apontando para uma entrada em cena, para valer, do ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda. Ele, em viagem de férias até o final do mês, planeja ações mais ousadas logo após o Carnaval. Lacerda fará reuniões regionais e vai manter contatos com lideranças de todo o interior para buscar aglutinar mais forças para o PSB. Ao que tudo indica, o ex-prefeito contaria com o apoio do atual prefeito da capital, Alexandre Kalil e do empresário Vittorio Medioli para disputar o Governo de Minas. Se essa primeira opção não for factível, ele aceitaria embrenhar na campanha pelo Senado, abrindo mão de pleitear a vaga de governador.
Neste tabuleiro que começa a ser montado a partir deste semestre, tem o nome do atual governador Fernando Pimentel que, apesar de envolvido com problemas de denúncias, permanece com prestígio, especialmente no interior do Estado. O chefe do Executivo mineiro começou o ano com uma atuação bem mais intensa do que os 2 primeiros anos. Pimentel tem comparecido a eventos, solenidades e tudo mais. Parece estar mais disposto a continuar na vida pública. Ele só deixaria esse projeto de disputar a reeleição caso sentisse, na época, o declínio político.
Os tucanos mineiros só aceitaram não disputar o governo estadual, diante da possibilidade de se formatar um grande compromisso de apoio a Aécio como presidente. Em situação contrária, eles lançariam o nome do atual senador Antonio Anastasia para disputar o pleito.
Corre por fora desta teia, o nome do ex-presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro. Deputado de várias legislaturas, com dois irmãos parlamentares, um federal e uma deputada estadual, Pinheiro participou, ativamente, da última campanha de prefeitos e vereadores. Segundo fontes, ele teria percorrido cerca de 280 municípios do Estado. Até agora filiado ao Partido Progressista, Dinis esboça recomeçar suas andanças pelo interior, em breve.