O Dia dos Namorados segue firme na 3ª posição de data comemorativa mais importante para o varejo nacional. Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais estima que aproximadamente 93,5 milhões de brasileiros devem presentear alguém no 12 de junho, o que deve injetar aproximadamente R$ 15,6 bilhões na economia.
O comércio de Minas Gerais e Belo Horizonte representa uma parcela importante dessa expectativa. Em pesquisa com mais de 270 empresários de Belo Horizonte e região metropolitana, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) prevê crescimento de 2,30% nas vendas deste ano em relação ao mesmo período de 2017, um montante de R$ 2,09 bilhões. Apesar de 57,5% dos empresários declararem esperar vendas melhores ou iguais a do ano passado, essa taxa de otimismo decresceu em relação a 2017, no qual 65% esperavam lucrar mais. A entidade comercial acredita que a diferença é devido à proximidade com a Copa do Mundo.
Na pesquisa de intenção de consumo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), ainda sob a ótica do comércio, o percentual também é otimista. 50,3% dos empresários mineiros acreditam que as vendas serão melhores que do ano passado e 21,1% acreditam que elas vão se manter iguais. Os dados também são inferiores em relação a 2017, no qual 52,7% esperavam vendas melhores, enquanto 24,5% esperavam vendas iguais.
Por parte dos consumidores, a expectativa de compra sofreu redução, 36,4% pretende presentear seus namorados. Ano passado esse percentual era de 37,4%, um ponto percentual de diferença entre os 2 anos. O primeiro fator para essa queda não é econômico, 60% dos entrevistados afirmam não ter quem presentear.
Enquanto a Fecomércio espera um tíquete médio entre R$ 50 e R$ 100 por parte de 44,3% dos consumidores, a CDL/BH divulgou que lojistas esperam um gasto médio de R$ 141,05. O valor é de 5,95% maior em relação a 2017 (R$ 133,13). Também com maior concentração na faixa de R$ 50 a R$ 100.
Apaixonados, mas cautelosos
Fora da faixa do tíquete médio, o estudante de artes visuais Frank Soarbine aposta no romance. “Pretendo ir até o trabalho do meu namorado, de surpresa e convidá-lo para um almoço. Talvez eu faça um cartão resgatando algumas memórias do namoro. Mas o gasto vai ser o mínimo, nesse dia pretendo gastar no máximo R$ 40”, contou.
O ranking dos itens de consumo preferidos em 2017 se mantiveram. Vestuário desponta com 31,7%, seguido pelos artigos de perfumaria (16,6%) e calçados (11,7%).
Na hora de pagar, a forma de pagamento que deve ser mais usada é o cartão de crédito e de forma parcelada. Segundo o economista da Fecomércio Guilherme Almeida, apesar de existir a intenção do consumidor de pagar à vista, não é o que acontece. “Em todas as pesquisas de consumo de datas comemorativas observa-se essa intenção. Neste ano, 52% dos consumidores pretendem adquirir itens no dinheiro e 26,4% no cartão de crédito”, afirma.
O economista destaca que a forma de comemorar a data também mudou. “Ainda na visão dos consumidores, 30,3% irão fazer um almoço ou jantar em casa. Essa informação deve ser destacada porque em 2017, a primeira opção era comemorar em um restaurante. Os consumidores percebem que a refeição fora de casa sofreu inflação mais acelerada do que os itens dos supermercados”, esclarece.
Um jantar especial é o que a administradora Lorena Coutinho, 26, pretende fazer. “Como estou desempregada, devemos comemorar com um jantar e um vinho. Muito dos ingredientes já temos em casa e mais um vinho médio em torno de R$ 30, não vai ficar caro. No máximo, uns R$ 70”.
O valor coincide com o que o designer gráfico Lucas Barcelos pretende investir na data “Acredito que fazer algo simples e com amor é mais valioso que presentes vazios. O Dia dos namorados em si é mais uma data para aquecer o comércio, porém não há razão para não ficar perto de quem amamos”, disse.