Quando a cúpula do PMDB mineiro vai a Brasília para discutir o crescimento do partido no Estado, demonstra que, por aqui, o crescimento da sigla foi de 40% em relação ao pleito de 2012 com a eleição de 165 prefeitos, 118 vice-prefeitos e 1.060 vereadores. Isso tudo apesar da imprensa local e nacional alardearem pelo país afora o “racha” do partido do presidente Michel Temer no território mineiro.
O presidente e vice-governador Antônio Andrade tem um bom diálogo da bancada federal, mas os deputados estaduais nem sempre seguem as orientações do seu dirigente máximo. Infelizmente, essa é uma briga que não é de agora, ela sempre existiu em maior ou menor escala, especialmente quando se elege a direção do diretório estadual. A propósito, no primeiro semestre de 2017, haverá eleição e, antecipadamente, já se propala a respeito de um difícil consenso para formação de chapa no que diz respeito ao nome para o cargo específico de presidente.
Estrelas do partido
Rodrigo Pacheco se destacou pela boa oratória
(Foto: divulgação)
As novidades entre os peemedebistas são, por ordem, o deputado federal Rodrigo Pacheco e o prefeito reeleito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira. Ambos estão na faixa dos 40 anos, possuem um discurso afinado com a atualidade e podem significar a esperança de renovação pra valer, uma verdadeira e singular oxigenação política partidária.
Pacheco surpreendeu a população de Belo Horizonte com seu carisma e uma oratória de primeira linha, capaz de convencer eleitores em uma faixa-etária abaixo dos 25 anos, assim como se posicionou bem entre as pessoas formadores de opinião. Como diz um dos caciques do seu partido, se tivesse recebido mais apoio e estrutura, ele aumentaria, naturalmente, as condições de um melhor desempenho na campanha nesse último pleito e galgaria a oportunidade de ser conduzido ao segundo turno com probabilidade de escrever um final completamente diferente para o resultado nas urnas no dia 30 de outubro.
Apesar dessas limitações na estrutura de sua campanha, Pacheco ainda conquistou quase 119 mil votos (10%) total dos eleitores, o que o deixou em terceiro lugar, isso se deve sobretudo a sua boa performance nos debates televisivos.
A facilidade de comunicação e carisma do prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira, agora, a caminho de seu segundo mandato, não tem as mesmas proporções de seu colega de partido, Rodrigo Pacheco, mas, na avaliação de pensadores políticos, o prefeito que também é jovem, nutre o perfil que têm amplas chances de conquistar eleitores de diversas camadas sociais.
Siqueira demonstra capacidade administrativa, é um homem público sem mancha, foi o vereador mais voltado da história da cidade e chegou à presidência do legislativo municipal de sua cidade. Elegeu-se deputado estadual, em 2010, deixando o cargo, pois em 2012 se elegeria prefeito de pela primeira vez. Em síntese: vem cumprindo seu papel como político local e resta-lhe agora planejar voos mais altos, mesmo porque, ele não perdeu qualquer disputa eleitoral.
Em relação a outros grandes partidos, será necessário realizar uma análise depois do dia 1º de janeiro, mesmo porque, existem prefeitos eleitos, inclusive pelo PSDB que estão avaliando se solicitam suas desfiliações das suas respectivas legendas partidárias, assim que forem empossados como chefes do Executivo.
Nomes conhecidos
Entre os prefeitos eleitos, alguns são conhecidos da população, como, por exemplo, Paulo Piau, reconduzido ao posto de chefe de Executivo de Uberaba. Ele foi deputado estadual por anos a fio, esteve no passado em partidos mais conservadores como o PFL, hoje, ele é Democratas. Engenheiro agrônomo e produtor rural, Piau está na lista dos velhos políticos, tema bastante explorado nesse último pleito. Ao seu lado, temos outro veterano membro do PMDB, o empresário e também produtor rural Sebastião Quintão, agora de volta ao comando da Prefeitura de Ipatinga.