No passado, houve a união de Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) em torno da eleição de Marcio Lacerda para a Prefeitura de Belo Horizonte. A costura política foi feita, à época, para atender uma sugestão do setor empresarial que considerava que a PBH deveria ficar nas mãos de uma pessoa que não fosse um político profissional. Depois disso, foi a vez de Alexandre Kalil (PSD) ser eleito, advindo também do segmento produtivo, enterrando de vez a figura dos prefeitos tradicionais.
A um ano das eleições muitos são os nomes mencionados para concorrerem ao pleito eleitoral da capital mineira. Um deles é o do empresário da construção civil e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz. Mas, a possível candidatura ronda ainda em comentários de bastidores, pois dele próprio nunca se ouviu nenhuma afirmação.
Nas últimas semanas, Fabiano Lopes Ferreira também tem ganhado destaque. De acordo com assessores, ele passou a fazer parte desta hermética lista depois da circulação de uma pesquisa na qual colocado como “Fabiano Multimarcas”. Nessa sondagem, feita por institutos de pesquisas, ele tem boa aceitação.
Recentemente, Fabiano confessou a jornalistas: “Fui sondado para ser candidato a prefeito por um determinado partido. Mas, antes mesmo de tomar qualquer decisão, outra legenda já me consultou como um possível candidato a vice. Então, estou analisando para, no momento adequado, anunciar qual será a minha decisão”, disse.
Com certeza essa cronologia de pré-candidatos à PBH, a partir deste mês de outubro, tende a engordar. Nesse contexto, insere-se também o atual presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) da capital, empresário Marcelo de Souza e Silva. No momento, ele é um dos nomes mais badalados da cidade, por estar à frente de uma entidade de classe. Eleito para o posto, onde ficará até 2023, o dirigente garante que sua preocupação é dar continuidade ao trabalho para manter a CDL/BH no topo. No entanto, nas rodas políticas, inclusive no Palácio da Liberdade, o presidente é tido como um cidadão de fácil convivência com o povo. Para além disso, tem a experiência de ter sido secretário da prefeitura por anos a fio.
Políticos experimentes
Kalil deixou claro que não quer falar sobre reeleição enquanto ainda tem um ano para administrar a cidade. Mas, isso não impede seus adversários de pensarem e agirem de maneira totalmente oposta.
Veja o caso do deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania), que já está se articulando para o pleito. Atualmente, ele se reúne semanalmente com os senadores Rodrigo Pacheco (MDB) e Antonio Anastasia (PSDB), entre outros caciques da política mineira. No momento, já monta uma classificação de assuntos e prioridades para discutir quando for o momento de debater o tema, especialmente na periferia da cidade, onde Xavier é politicamente forte.
Como dizem os profissionais da área, em política, um dia é uma eternidade. No clima das eleições, pode-se dizer que a presidente da Câmara de Vereadores, Nely Aquino (PRTB), também teria chances de disputar a prefeitura. Um grupo de colegas de parlamento a sugeriram, recentemente, como vice de Kalil, mas tudo pode não ter passado de um balão de ensaio, pois, na realidade, existem muitos políticos almejando o nome dela como cabeça de chapa. Afinal, ela seria a primeira mulher a conquistar o posto em BH.
Já é certo que o PT terá uma candidatura própria. No momento, os membros da sigla esperam apenas para saber quem entra na disputa. O mesmo ocorre no Partido Novo, cuja escolha recairá sobre o vereador Matheus Simões. Esse seria o confronto esquerda versus direita.
Contudo, politicamente falando, o nome mais forte até o momento e que tem possibilidade de bater de frente com Kalil é o do deputado Mauro Tramonte (PRB). Dos seus mais de 500 mil votos conquistados para deputado estadual, 200 mil foram em Belo Horizonte. Na matemática, se ele for para o embate e contar com o apoio dos seus eleitores, esse seria um número que estabeleceria um provável segundo turno na capital.
Prudente, Tramonte considera que ninguém é político individualmente. Por isso, tem um grupo de companheiros com os quais se mantém conectado. Então, só será candidato se for dá vontade de todos. Ele não nega, porém vai deixando o assunto mais ou menos em “banho-maria”, para ver como será o desenrolar da política no próximo ano.