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58 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama apenas este ano

Você sabia que a cada 24 segundos uma mulher é diagnosticada com câncer de mama no mundo? No Brasil, foram registrados 58 mil novos casos apenas este ano, sendo 5.200 em Minas e 1.030 em Belo Horizonte. Atualmente, o câncer de mama é o 2° tipo mais comum entre as brasileiras. Este mês é importante pois se inicia o “Outubro Rosa”, campanha realizada a fim de conscientizar as mulheres acerca dessa doença e da saúde feminina como um todo. Por este motivo, o Edição do Brasil resolveu fazer uma série de reportagens sobre temas pertinentes a mulher, essa é a primeira.

O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) – Regional Minas Gerais, Clécio Lucena, afirma que não se sabe especificamente o que causa esse tumor. “No câncer de mama, a gente trabalha com os três principais fatores de riscos que são: ambiental, a exposição a agentes eletromagnéticos; genéticos, uma vez que todo câncer tem como base uma mutação genética; e, por fim, comportamentais, que podem ser a alimentação, falta de exercício físico e a reprodutividade”.

Primeiro sinal

Lucena esclarece que o sintoma mais comum e importante está relacionado aos nódulos mamários, um caroço que a mulher pode sentir com o autoexame. “Nem todo nódulo é câncer, mas ele merece atenção, além disso, pode aparecer feridas no mamilo da mulher e secreção, caso esse fluxo saia naturalmente, é um indício de alerta”.

Foi exatamente um nódulo que alertou a advogada Denise Torquato. Ela conta que em setembro de 2014 descobriu um caroço na mama esquerda, mas que ao procurar o posto de saúde foi orientada a observar. “Em novembro retornei ao médico porque o caroço ainda não tinha desaparecido e recebi a mesma orientação. Então, decidi procurar um ginecologista particular que me pediu um ultrassom para ter certeza sobre a origem do nódulo. Com o resultado em mãos, voltei ao mastologista e a biopsia constatou o câncer”.

Rosa é a cor da luta
Denise arregaçou as mangas e, em julho, terminou seu tratamento. Faço apenas o controle com um remédio que terei que tomar por 5 anos. Ela aproveita e deixa um recado: “Mulheres, façam o autoexame e também a mamografia. Receber o diagnóstico do câncer não é fácil, meu mundo caiu. Mas decidi passar por tudo de cabeça erguida. É possível encarar essa doença com leveza. Portanto, não fuja do médico ou do diagnóstico por medo. Cuide do seu corpo, se ame e viva cada dia intensamente”.

Denise acredita na importância da campanha “Outubro Rosa”, assim como Lucena que acrescenta: “É preciso que a população entenda que tem direito ao exame, diagnóstico e tratamento do câncer. O grande objetivo da campanha é esse processo informativo, porque existe o entrave de ficarmos na dependência da realização da mamografia, que é o método mais eficaz para descobrir a patologia. Nós ainda não alcançamos o ideal em termos de oferta e disponibilização do exame para a população, sobretudo no que diz respeito as mulheres mais carentes”.

Lucena ainda faz um alerta: existe uma questão reprodutiva ligada ao câncer que é bastante complexa. “Se a mulher engravida depois dos 30 anos, ela corre mais riscos de ter a doença. Mas como privá-la deste momento que é algo tão íntimo? É justamente por isso que trabalhamos outras questões do mesmo fator como o controle hormonal na pós-menopausa, cautela no uso de contraceptivos e motivar a amamentação por pelo menos 6 meses”.

Tratamento
O presidente da SBM ressalta que é preciso um planejamento para o tratamento do câncer. “É realizado o estagiamento a fim de entender a extensão em que ele se encontra. Feito isso, é preciso discutir quatro possibilidades: cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou hormonoterapia”.

Ele informa que a cura da doença está relacionada ao seu diagnóstico precoce, ou seja, quanto antes ela for descoberta, maiores serão as chances de sucesso.

Prevenção?

Lucena explica que como a doença não tem uma causa específica, não é possível preveni-la. “Para que se descubra o câncer, é preciso que a mulher faça a mamografia anualmente. Contudo, hábitos podem evitar os fatores de risco como, por exemplo, combater a obesidade, praticar atividade física e ter uma alimentação saudável”, orienta.