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Ocorrência de doenças inflamatórias intestinais aumenta 233% em 8 anos

Manter hábitos de vida saudáveis pode ajudar na prevenção / Foto: Freepik.com

 

Sintomas como dor abdominal, diarreia ou constipação, inchaço, gases, náuseas, vômitos, fadiga, cansaço e perda de peso podem ser indício de intestino inflamado. De acordo com estudo, publicado em 2022 na revista internacional “The Lancet”, o Brasil registrou um crescimento de 233% nas ocorrências de doenças inflamatórias intestinais em 8 anos. Em 2012, a média era de 30 casos para cada 100 mil pessoas. Já em 2020, esse número subiu para 100,1 casos a cada 100 mil habitantes.

“Doença de Crohn, colite ulcerativa, síndrome do intestino irritável, infecções intestinais provocadas por bactérias, vírus ou parasitas, doenças autoimunes, alergias ou intolerâncias alimentares, principalmente ao glúten ou a lácteos, também podem elevar o risco de inflamação intestinal”, explica a nutricionista Ramiele Calmon.

Ela esclarece que a inflamação no intestino pode contribuir para a falta de energia e a sensação constante de cansaço. “Isso leva à má absorção dos nutrientes, especialmente das vitaminas e minerais, que são essenciais para a produção de energia celular. Além disso, a inflamação crônica sistêmica no intestino pode desencadear uma resposta imune contínua, o que faz com que o corpo aumente o consumo energético para reparar o intestino inflamado, resultando em fadiga”.

“O intestino inflamado pode liberar citocinas inflamatórias que afetam o sistema nervoso central, resultando em sonolência excessiva. Além disso, a deficiência de vitaminas e minerais, principalmente do ferro, que são cruciais para fornecer energia celular, pode ser agravada pela dificuldade do intestino inflamado em absorver o ferro, causando muita sonolência e cansaço”, acrescenta.

 

Diagnóstico

A nutricionista explica que a detecção da inflamação no intestino pode ser feita por meio de exames de sangue. “O hemograma também pode identificar a inflamação do intestino através de linfócitos e eosinófilos. Exames de imagem, como ultrassom abdominal, análise de fezes para detectar sangue oculto e a endoscopia ou colonoscopia, que permitem visualizar o intestino de maneira geral, podem auxiliar no diagnóstico”.

 

Alimentação

A orientação de Ramiele é que, para ter uma vida intestinal saudável, é fundamental manter uma boa hidratação, alimentação, adequação do sono, prática de atividade física, controle da ansiedade e estresse, além de evitar o consumo de alimentos processados, álcool e cigarro. “É importante seguir uma dieta mais natural. Para combater a inflamação no intestino, é recomendável o consumo de peixes ricos em ômega 3, como sardinha e salmão, e fibras solúveis, que são encontradas na aveia, frutas e verduras”.

Ela também destaca que a manutenção de uma flora intestinal saudável contribui para a prevenção da inflamação intestinal. “É essencial o consumo regular de probióticos, como lactobacilos e bifidobactérias, que ajudam a recolonizar o intestino. Também é importante evitar o uso de antibióticos e anti-inflamatórios, pois esses medicamentos alteram a permeabilidade intestinal, levando ao aumento de marcadores inflamatórios”, conclui.