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Brasil é o país com maior incidência de diabetes na América Latina

Hábitos saudáveis são aliados no combate à patologia | Foto: Pixabay

O diabetes é uma doença que tem crescido em todo o mundo, devido à globalização, a um estilo de vida cada vez mais sedentário e a uma alimentação baseada em comidas rápidas, industrializadas, ricas em açúcares e carboidratos. Os dados do Atlas do Diabetes 2021, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), mostram que a doença acomete mais de 537 milhões de adultos com idade entre 20 e 79 anos, representando 10,5% da população mundial nessa faixa etária. Estimativas apontam que esse número aumente para 643 milhões em 2030 e 784 milhões em 2045.

O Brasil é o sexto país em incidência de diabetes no mundo e o primeiro na América Latina, são 15,7 milhões de pessoas adultas com esta condição e a projeção é que, até 2045, a doença alcance 23,2 milhões de adultos brasileiros. Além disso, o estudo mostrou o crescimento da patologia e colocou o país no top 3 entre as nações em que há maior despesas com tratamento. Neste ano, o custo estimado do diabetes aqui foi de US$ 42,9 bilhões, ficando atrás apenas da China e Estados Unidos, com US$ 165,3 bi e US$ 379,5 bi, respectivamente.

A clínica geral Vanessa Rodrigues explica que o diabetes é uma doença que está relacionada ao consumo de açúcar e como ele é metabolizado no nosso organismo. “Ele é causado pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue. Entre os principais tipos da doença estão: gestacional, tipo 1 e 2, MODY e LADA”.

Ela diz que os sintomas podem variar de acordo com o tipo da doença, mas, de forma geral podem ser citados, vontade de urinar a toda hora, excessiva sensação de sede, cansaço e falta de energia, perda de peso, fome frequente, visão embaçada, cicatrização lenta, infecções frequentes e mau hálito.

Para que o paciente consiga ter uma vida normal é preciso seguir as orientações médicas e realizar consultas a cada 6 meses ou anualmente. De acordo com Vanessa, a forma de tratamento mais eficaz é a adição de hábitos mais saudáveis no dia a dia. “Isso, inclusive, previne a doença. Sendo assim, é importante fazer o uso correto das medicações, adotar uma dieta saudável, priorizando os alimentos ricos em fibras, proteínas magras e gorduras boas, além de realizar exercícios físicos regulares. Também deve-se ter atenção especial à ingestão hídrica. Beber bastante água pode ajudar na proteção contra a hiperglicemia, estado em que o sangue fica com altas taxas de açúcar”.

Ela destaca que a prevenção e tratamento são essenciais, pois a doença pode acarretar outras consequências no corpo em curto e longo prazo. “Por exemplo, a neuropatia e pé diabético, que é a perda da sensibilidade, tornando mais vulnerável aos traumas e sendo porta de entrada para bactérias. Tudo isso, acaba ocasionando infecções silenciosas e graves caso não sejam tratadas precocemente. A retinopatia e catarata diabética também podem aparecer, uma vez que aproximadamente 50% dos pacientes sofrem dessas complicações. A retinopatia é a principal causa de cegueira em pessoas entre 25 e 74 anos”.

Vanessa conta que também pode surgir nefropatia diabética, que acomete aproximadamente 40% dos doentes, sendo a principal causa de insuficiência renal, e as doenças cardiovasculares, responsáveis por até 80% dos óbitos em indivíduos com diabetes. “O risco relativo de morte por eventos cardiovasculares em diabéticos, ajustado à idade, é três vezes maior do que o da população em geral”.

O servidor público Carlos Hamilton descobriu que era diabético devido à boca seca e vontade de beber água a todo o momento. “Antes de ser diagnosticado pela doença, adorava doces. Comia muito bolo, pães e massas em geral, ignorando as verduras e frutas e não fazia nenhum exercício”.

Após o diagnóstico, com medo de que a doença pudesse piorar ou ocasionar outras complicações, ele focou em uma vida mais saudável. “Pratico caminhadas todos os dias e tenho feito o maior esforço para manter uma dieta equilibrada. Quando descobri o diabetes meu nível de glicose chegou a 400 mg/dL, o choque foi tão grande que emagreci 20 quilos. Atualmente, mantenho meus 78 quilos e a glicose está, em média, 107 a 120”.