Arte marcial que combina técnicas de socos e chutes, o kickboxing foi desenvolvido a partir de uma fusão entre o karatê, o muay thai e o boxe ocidental, podendo ser utilizado como um exercício físico ou de autodefesa.
O mestre Ely Pereira explica que o kickboxing possui sete disciplinas, divididas em dois grupos. “Existem as de tatame que são point fighting, light contact e kick light. São disputadas com o uso moderado da força e sem o intuito do nocaute e as formas musicais, onde o atleta executa movimentos técnicos de várias artes marciais contra adversários imaginários. No ringue tem full contact, low kicks e K1 style, que podem acabar por via rápida, utilizando a força e nocaute”.
A partir de uma luta de K1 style, Pereira exemplifica o que é permitido. “Uso dos punhos como no boxe, socos giratórios acima da linha da cintura, porém, mais aplicado na cabeça. Também podem ser dados chutes acertando panturrilha, tornozelo, coxa, corpo e rosto, além do uso de joelhada. A luta é disputada entre três e cinco rounds, variando de dois a três minutos”.
Ele esclarece que na prática da modalidade são utilizados equipamentos de segurança. “Além das luvas de boxe, tem as bandagens nas mãos, protetor bucal, caneleira, botas, joelheiras, cotoveleiras e genitais. As mulheres ainda usam proteção nos seios”.
O esporte pode ser praticado por homens, mulheres e crianças, a partir de cinco anos. “Com os pequenos, é incluído um treinamento lúdico em paralelo com as técnicas específicas. Sem limite de idade para os treinos dos adultos. Existem limitações e regras ajustadas às faixas etárias que deverão ser obedecidas nas competições. As regras são as mesmas para homens e mulheres. A diferença é que as categorias de pesos são diferentes no kickboxing feminino”, afirma o mestre.
A prática da modalidade traz benefícios à saúde para além do emagrecimento, como reforça Pereira. “Melhora da capacidade aeróbica, força e definição muscular, leve ganho de massa magra em membros superiores e inferiores, flexibilidade, equilíbrio, aumento da autoestima, resiliência, motivação e disposição para as tarefas do dia a dia”.
Thiago Michel Silva é adepto do kickboxing desde os oito anos e já disputou torneios internacionais. “O esporte foi essencial na minha vida, algo que me trouxe bem-estar e me ajudou na criação de vínculos, amizades e autoconhecimento. Isso sem falar nas experiências vivenciadas durante os treinos e competições”.
Diferença para o muay thai
Apesar de serem dois esportes de luta, Pereira reforça que elas são de origens diferentes. “O kickboxing foi criado nos Estados Unidos durante os anos 1970 e é uma luta de contato da era moderna, enquanto o muay thai surgiu na Tailândia há mais de dois mil anos e é uma arte marcial milenar. São até similares em algumas fases do treinamento, mas distintas nas regras e forma de aplicar nas competições”, conclui.