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De colchonetes a bicicletas: academias alugam equipamentos para clientes

Completando pouco mais de um mês de portas fechadas, a empresária e proprietária de uma rede de academias, Fabiana Almeida, despede-se também dos equipamentos do seu negócio. Mas em meio a tantas más notícias, ela vê seu salão ficando cada vez mais vazio por um bom motivo. Fabiana, assim como vários outros donos de academias, um dos setores mais afetados pela crise do novo coronavírus, está disponibilizando equipamentos e acessórios de ginástica para locação de alunos e público em geral. E o resultado tem surpreendido.

“A receptividade do público tem sido grande, como as pessoas estão em casa em isolamento, não querem parar com a rotina de exercícios físicos, principalmente com os treinos. A maioria delas não têm
academias em casa e as lojas on-line estão esgotadas, então a procura é alta, todo dia sai entrega, e isso deu um pequeno respiro de caixa”, diz a empresária.

Fabiana conta que a ideia surgiu após pensar em uma forma de se aproximar do seu cliente em meio à pandemia. “É mais que o aluguel de acessórios, bikes e equipamentos, é estreitar o relacionamento
com o aluno. Precisávamos fazer alguma coisa e começamos a locação de equipamentos, de kits personalizados e aulas também com personal trainer 3 vezes por semana em link enviado exclusivamente
para os alunos. Essas aulas são montadas de acordo com os equipamentos alugados
por eles”, informa.

Ela explica que a locação funciona como qualquer outra e que o cliente recebe o material sem sair de casa. “Tem um contrato e qualquer dano ou sumiço, a pessoa precisa arcar. E, caso a academia volte a funcionar antes do mês completar, ela pode devolver o equipamento e nós cobramos proporcionalmente só o tempo utilizado”.

Flávio Oliveira, empresário e proprietário de uma academia em Contagem, também aderiu à locação como
alternativa de manter seu caixa girando e já não tem mais estoque disponível. “Oferecemos mais equipamentos pequenos, acessórios como barra, halteres, colchonetes e cordas e outros maiores,
como bicicletas. Esteira, por exemplo, é um material que não vou locar, porque é difícil transportar, além de ser muito pesada e precisar de uma rede boa de energia. As pessoas estão aderindo bem,
praticamente não tenho mais material para locar”, comemora.

Ele também pensou em formas de fidelizar esse cliente fitness em casa. “Lançamos vídeos de instrução na plataforma Home Gym, que é gratuita, com conteúdos diários para alunos ou não. Começaremos também com Home Coach, em que nosso professor atenderá os alunos – via aplicativo – e será disponibilizado o material para treinar”, conta.

Acostumada a praticar exercícios regularmente, a advogada Paloma Morais é uma das adeptas da nova modalidade. “Assim que a academia que treino foi fechada, sabia que isso acabaria afetando a minha rotina de exercícios e, por consequência, a minha saúde. Para não sofrer uma alteração de rotina ainda mais abrupta, resolvi alugar alguns materiais que eu pudesse utilizar na minha casa.
A possibilidade de continuar a praticar meus exercícios, sem me expor ao risco de contaminação da COVID-19, me fez alugar os equipamentos”, diz. Paloma vê vantagens e desvantagens na prática. “A atividade física ocupa parte do tempo que seria ocioso, traz uma melhora no condicionamento físico, na imunidade e libera endorfina. Também tem a vantagem econômica para a própria academia que, com os aluguéis, consegue gerar alguma renda neste período. As desvantagens que vejo não estão nos equipamentos em si, mas, talvez, no valor cobrado, porque, de um lado, a academia precisa, mas de outro tem o aluno que, provavelmente, está em casa com redução salarial e sem a renda que
costumava ter”.