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Minas espera fatia de poder na gestão do futuro presidente

Reginaldo Lopes foi coordenador da campanha de Lula em Minas/ Foto: Câmara dos Deputados

 

Em 4 anos, o governo Jair Bolsonaro (PL) que, agora, caminha para o fim, não teve sequer um ministro mineiro. E isso foi um problema no que se refere à economia, saúde, educação e desenvolvimento, quando se observa a importância de Minas Gerais, uma vez que o estado é o segundo mais populoso, além de ser o terceiro com a maior participação no Produto Interno Bruto (PIB).

Por tudo isso, os políticos mineiros esperam uma atitude mais proativa do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Conforme avaliam os parlamentares ouvidos pelo Edição, eles reivindicam ter mais espaço na formação do próximo ministério. Alguns, mais afoitos, chegaram a relembrar um fato fundamental: “Lula venceu as eleições em Minas nos dois turnos”.

Mesmo assim, na equipe de transição, instalada no Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília, a predominância tem sido de nomes de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Brasília, locais onde o petista foi derrotado. A expectativa é que a escolha das pessoas para atuar nesse período não reflita, necessariamente, a composição ministerial a ser implementada em janeiro. Até porque isso seria uma descortesia sem tamanho com os mineiros, que foram leais a Lula, sobretudo se for levada em consideração a influência tanto da campanha dos bolsonaristas como do próprio governador do estado, Romeu Zema (Novo), que circulou por todas as regiões para que o resultado fosse outro.

Pouca representatividade

Entre os mais de 270 presentes na equipe de transição, em Brasília, apenas nove são mineiros: André Janones (Comunicação Social); Alexandre Silveira (Infraestrutura); Macaé Evaristo (Educação); Áurea Carolina (Cultura); André Quintão (Assistência Social); Nilma Lino Gomes (Direitos Humanos); Eleonora Menicucci (Políticas Públicas para as Mulheres); Célia Xakriabá (Povos Originários) e Anderson Adauto (Minas e Energia).

A surpresa dos indicados para essa missão foi do ex-ministro e ex-prefeito de Uberaba, Anderson Adauto. Segundo consta, seu nome recebeu o apadrinhamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Naturalmente, essa é uma afirmação de bastidores. Ele, durante anos a fio, esteve filiado ao MDB, mas, recentemente, transferiu-se para o PCdoB. Contudo, por problemas com a Justiça, não conseguiu ser candidato nas últimas eleições.

Em Brasília, nem mesmo o nome do deputado federal do PT e líder da bancada mineira, Reginaldo Lopes, está consagrado para o primeiro escalão. Porém, existem aqueles que são considerados como uma espécie de eminência parda, a exemplo do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, um dos articuladores nacionais da campanha de Lula, mesmo que de maneira discreta. Quem também sempre esteve ao lado do político foi o empresário do setor de transporte Clésio Andrade. Ele manteve vários contatos desde que o petista iniciou a campanha, mas, até agora, não se tem conhecimento de um encontro entre os dois.

As visitas do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), ao estado contou com a coordenação realizada pela campanha presidencial, mas também com o apoio de dois companheiros do PSB: os ex-deputados Mário Assad Júnior e Saraiva Felipe, ambos, até esse momento, completamente esquecidos pelo grupo petista que assumiu os trabalhos em Brasília.