“Minha prioridade será salvar a economia, recuperar atividades e empregos destruídos na pandemia. Mais negócios e consumo para gerar a arrecadação que sustenta os serviços e obras no município. Eu vou lançar um plano emergencial para apoiar a retomada do comércio e serviços na nossa cidade. Ajudar quem quer voltar a trabalhar e empreender. Uma nova visão faz toda a diferença”. Essa tem sido a fala mais frequente do candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Marcelo de Souza e Silva (Patriota).
Presidente licenciado da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo tem uma bandeira definida: fortalecer o segmento comercial, especialmente os empresários, lojistas e prestadores de serviços. “É hora de recuperar a economia para poder gerar emprego, do contrário, o caos será inevitável”, acredita.
Políticos e empresários
A presença de um nome de sucesso na vida privada na política tem a ver com uma tese vivenciada em todo o Brasil: quem administra bem o segmento particular, certamente terá êxito no campo político.
Esse argumento deu tão certo que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o governador em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e também o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), chegaram ao poder com esse manto sagrado os protegendo. Contudo, Kalil obteve segundo os matemáticos da política, uma ajuda espetacular diante da chegada da pandemia de COVID-19, momento em que apenas o prefeito teve destaque na imprensa local e nacional.
Diante deste quadro, a popularidade do atual prefeito da capital mineira, já avaliada como positiva no início do ano, só fez crescer, enquanto os demais postulantes atuaram apenas nos bastidores, especialmente por conta das restrições impostas pela legislação eleitoral. Agora, segundo indicam as pesquisas, Kalil tem quase certa a possibilidade de se reeleger ainda no primeiro turno.
Ainda sobre a sucessão municipal pela Prefeitura de Belo Horizonte e tendo como base a tese referente à importância de candidatos políticos-empresários, outros nomes estão no páreo, como é o caso do empresário Fabiano Cazeca (PROS). Sua empresa, a Multimarcas Consórcios, de acordo com informações divulgadas, não demitiu um único empregado nesses 6 meses de crise sanitária. E olha que estamos falando de centenas de trabalhadores espalhados pelo Brasil de Norte a Sul.
Estimulado pelo amigo, o governador Zema, o empresário Rodrigo Paiva (Novo) também aceitou o desafio de enfrentar as eleições. Sua campanha, até o momento, é avaliada como bem estruturada. Além disso, suas propostas são positivas no sentido de dar um novo rumo à vida dos belo-horizontinos, mas, por enquanto, seu discurso não conseguiu empolgar a população.
Por fim, o jovem de 23 anos, Bruno Engler (PRTB), que não é empresário, mas pertence a uma família de bons lastros econômicos. Se identificando como um político de direita, ele tem ao seu lado o presidente Bolsonaro, que sempre declara apoio ao candidato. Sua atuação tem sido basicamente pelas redes sociais e, segundo especialistas, pode crescer nesta reta final da campanha. Em geral, o que se houve nos meandros da capital mineira é que “a campanha está irremediavelmente insossa”.
No âmago da questão, certamente, destaca-se o distanciamento social, que leva às pessoas a agirem mais discretamente e esse mesmo silêncio ocorre com os candidatos, inclusive se estendendo aos postulantes da Câmara de Vereadores. É como se pleito não existisse, ficando restrito apenas ao horário da TV.