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BH alcança a 5ª posição entre capitais com melhor qualidade de vida do Brasil

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Belo Horizonte passou a ocupar a quinta colocação entre as capitais com melhor qualidade de vida no Brasil, conforme os dados do Índice de Progresso Social (IPS). A capital mineira perdeu duas posições em relação ao ano anterior, quando figurava em terceiro lugar. Em 2025, sua pontuação foi de 68,22. O topo do ranking ficou com Curitiba, que alcançou 69,89 pontos, seguida por Campo Grande (69,63), Brasília (69,04) e São Paulo (68,88). O índice mede o grau de desenvolvimento social e ambiental dos municípios brasileiros a partir de três categorias: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades.

Mesmo com a queda no ranking, os dados refletem tanto os progressos obtidos por Belo Horizonte em setores como saúde e segurança quanto os obstáculos ainda presentes em mobilidade urbana, desigualdade social e acesso a uma educação de qualidade. A cidade se destaca especialmente nos Fundamentos do Bem-Estar, com desempenhos positivos em indicadores como Acesso à Informação e Comunicação, Saúde e Bem-Estar. Além disso, apresenta bons resultados no eixo de Oportunidades, com avanços em Liberdades Individuais e Acesso à Educação.

A socióloga Andreia Lima diz que é importante reconhecer os pontos positivos e investir ainda mais neles. “Alcançamos uma alta cobertura de áreas verdes e preservação ambiental com BH sendo reconhecida como uma das capitais mais verdes do país tendo mais de 81 parques urbanos sob administração municipal. A cidade é líder nacional em acesso à internet nas escolas públicas do ensino fundamental, tendo Programas de reforço escolar e estrutura educacional também contribuem para esse indicador”.

“Além de indicadores positivos de saúde pública, possuindo rede de atenção básica bem estruturada, com cobertura ampla do Sistema Único de Saúde (SUS). A cidade também vem investindo em transporte coletivo, acessibilidade e sinalização urbana e oferece ampla rede de equipamentos culturais públicos e gratuitos, como centros culturais, museus, bibliotecas e eventos regionais”, completa.

Por outro lado, ainda há entraves importantes a serem enfrentados para a melhoria da qualidade de vida na capital mineira. Os piores indicadores se concentram nas áreas de Inclusão Social, especialmente no que diz respeito à população em situação de rua, além de Saneamento Básico e Habitação. Esses aspectos evidenciam deficiências em pilares fundamentais como saúde pública e desenvolvimento socioeconômico.

Segundo a urbanista Michele Silveira, um desafio identificado é a infraestrutura habitacional. “O crescimento populacional acelerado tem gerado pressão sobre a infraestrutura urbana, especialmente nas áreas periféricas, que carecem de serviços básicos como saneamento e iluminação adequada”.

“Apesar de iniciativas como o Projeto Moradia Cidadã, que busca auxiliar financeiramente pessoas em situação de rua, ainda há desafios significativos na inclusão social e no acesso a moradias adequadas. A cidade enfrenta dificuldades em atender à demanda por habitação de interesse social, especialmente em áreas periféricas e ocupações irregulares”, ressalta.

Para Michele, problemas de infraestrutura urbana, como ruas mal conservadas, falta de capina e presença de lixo em áreas públicas, têm sido recorrentes. “Além disso, a verticalização desordenada e o aumento do tráfego contribuem para a degradação ambiental e a diminuição da qualidade de vida urbana. Esses fatores destacam áreas críticas que necessitam de atenção para que Belo Horizonte possa oferecer uma qualidade de vida mais equitativa e sustentável para todos os seus habitantes”.

Andreia destaca que Belo Horizonte investe consideravelmente menos em saneamento básico do que a média nacional. “Embora a grande maioria da população tenha acesso à água tratada, a cobertura de esgoto é inferior a 97%, refletindo uma infraestrutura insuficiente para atender a todas as áreas urbanas, especialmente as mais periféricas e estudantes que residem em locais sem acesso a água tratada ou com condições precárias de moradia apresentam notas significativamente mais baixas em português e matemática, além de maior taxa de evasão escolar”.

“O aumento constante dos preços dos alimentos básicos tem agravado a insegurança alimentar, dificultando o acesso a comidas saudáveis e nutritivas”, finaliza.