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Número de crianças obesas deve chegar a 75 milhões em 2025

Foto: Freepik.com

Caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, a obesidade mórbida infantil não apenas compromete a saúde física das crianças, mas também impacta seu bem-estar emocional e social. A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que em 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões. O 3 de junho é o Dia Mundial da Conscientização sobre a Obesidade Mórbida Infantil, uma data importante para alertar sobre os riscos da doença e a necessidade de promover hábitos saudáveis.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada três crianças com idade entre cinco e nove anos está mais pesada do que o ideal. O governo federal determinou uma diminuição no percentual de alimentos processados oferecidos nas escolas públicas. A meta é limitar esse tipo de alimento a 15% em 2025 e reduzir ainda mais para 10% em 2026. A iniciativa tem como objetivo promover uma alimentação mais saudável entre os estudantes e enfrentar o crescente problema da obesidade infantil.

A obesidade mórbida infantil resulta de uma combinação complexa de fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Segundo o endocrinologista pediátrico Gilberto Assunção, “a alimentação inadequada, caracterizada pelo consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e gorduras, é uma das principais causas do problema. Além disso, o sedentarismo, impulsionado pelo aumento do tempo em frente às telas e pela diminuição das atividades físicas, contribui significativamente para o ganho de peso excessivo”.

Fatores genéticos também desempenham um papel importante. Crianças com pais obesos têm maior predisposição a desenvolver a condição, embora o estilo de vida e os hábitos alimentares desempenhem um papel crucial na manifestação da obesidade. S

egundo Assunção, os sintomas da obesidade mórbida infantil vão além do aumento de peso visível. “Crianças afetadas podem apresentar dificuldades respiratórias, como apneia do sono, dores articulares devido ao sobrepeso, hipertensão arterial, resistência à insulina e alterações nos níveis de colesterol. Psicologicamente, podem sofrer com baixa autoestima, depressão e ansiedade, frequentemente exacerbadas pelo estigma social associado ao peso excessivo”.

“A longo prazo, a obesidade mórbida infantil aumenta o risco de desenvolvimento de problemas crônicos na vida adulta, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Portanto, é essencial tratar a obesidade na infância para prevenir complicações futuras”, explica.

Para a nutricionista Cristina Souza, o tratamento da doença deve ser individualizado, levando em consideração a idade da criança, o grau de obesidade e a presença de comorbidades. “A abordagem envolve mudanças na alimentação, com a adoção de uma dieta balanceada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, com redução do consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e gorduras saturadas. Também o incentivo à prática regular de atividades físicas, visando aumentar o gasto energético e melhorar a saúde cardiovascular”.

Cristina ressalta que a prevenção deve começar desde os primeiros anos de vida. “A amamentação exclusiva até os seis meses de idade e a introdução gradual de alimentos saudáveis são práticas recomendadas. Além disso, é importante oferecer uma dieta equilibrada, reduzir o tempo de uso de dispositivos eletrônicos, como televisão, computadores e celulares, especialmente durante as refeições e ter consultas pediátricas regulares para acompanhar o crescimento da criança e identificar precocemente sinais de sobrepeso ou obesidade”.