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IGP-10 varia 0,02% em fevereiro, aponta Fundação Getúlio Vargas

Commodities e insumos agropecuários seguem influenciando a desaceleração da inflação ao produtor / Foto: FGV/Divulgação

De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) variou 0,02% em fevereiro. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,05%. Com este resultado, o indicador acumula alta de 0,07% no ano e de 2,26% em 12 meses. Em fevereiro de 2022, o número subiu 1,98% e acumulou elevação de 16,69% em 12 meses.

André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV, afirma que as commodities e insumos agropecuários seguem influenciando a desaceleração da inflação ao produtor. “Nesta apuração, merecem atenção os itens: soja (de -1,13% para -3,34%), bovinos (de 2,40% para -2,51%) e adubos ou fertilizantes (de -3,05% para -6,19%). Ao consumidor, os principais destaques partiram dos serviços: passagem aérea (de -0,15% para -3,86%), aluguel residencial (de -0,44% para -0,55%) e tarifa de telefone móvel (de 0,92% para -0,94%)”.

Segundo o economista Gelton Pinto Coelho, há uma crise de financiamento que pode se desdobrar em vários setores, relacionada à manutenção incorreta da taxa de juros que inviabiliza negócios e sufoca a produção de bens e serviços. “Assim, impede o consumo pelo alto endividamento da população e os crescentes níveis de inadimplência”.

Ele ainda complementa dizendo que a população tem tentado uma alteração de comportamento, trocando a qualidade e quantidade de produtos. “Essa mudança de atitude de consumo provoca perdas de massa salarial e também impacta diretamente nas vendas”.

Índice de Preços ao Produtor Amplo

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,14%, no mês anterior, o indicador havia registrado taxa de -0,06%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos bens finais variaram de -0,59% em janeiro para 0,20% em fevereiro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -5,61% para 2,11%. O índice relativo a bens binais, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,04% em fevereiro. No mês anterior, a taxa foi de 0,33%.

O índice do grupo matérias- -primas brutas passou de 1,87% em janeiro para 0,10% em fevereiro. As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: minério de ferro (11,92% para 3,82%), soja em grão (-1,13% para -3,34%) e bovinos (2,40% para -2,51%). Em sentido ascendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: leite in natura (-4,57% para 4,08%), laranja (-8,59% para 0,77%) e cana- -de-açúcar (-0,35% para 0,61%).

Índice de Preços ao Consumidor

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,55% em fevereiro. Em janeiro, o indicador registrou 0,47%. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: despesas diversas (0,10% para 1,77%), transportes (0,06% para 0,52%), educação, leitura e recreação (1,13% para 1,51%), habitação (0,12% para 0,32%) e comunicação (0,73% para 0,99%).

Em contrapartida, os grupos alimentação (0,67% para 0,23%), vestuário (0,87% para -0,30%) e saúde e cuidados pessoais (0,69% para 0,45%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos itens: hortaliças e legumes (4,04% para -4,05%), roupas (1,07% para -0,47%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,71% para -0,13%).

INCC variou 0,33%

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,33%. No mês anterior, a taxa foi de 0,14%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de janeiro para fevereiro: materiais e equipamentos (-0,14% para 0,01%), serviços (0,44% para 0,82%) e mão de obra (0,34% para 0,52%).

Conforme Coelho, no campo da construção civil, apesar da aceleração de preços de insumos, houve queda nos valores médios pagos aos trabalhadores. “A expectativa é de recomposição do setor com a retomada do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, que gera ganhos de escala diversos, possibilitando em médio prazo, a melhora no financiamento, aumento da produção de insumos e redução dos preços médios”.

O que é IGP-10?

O IGP-10 é uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP) do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). Registra a inflação de todos os segmentos, desde matérias-primas agrícolas e industriais, utilizadas pelos produtores, até bens e serviços finais demandados pelos consumidores. O IPA, o IPC e o INCC são componentes do IGP-10.