
A passagem do presidente Lula (PT) por Minas Gerais, na semana passada, foi por conta de trazer benefícios para os mineiros. No entanto, serviu como uma espécie de esquenta para as eleições de 2026, na qual é forte candidato à reeleição. A presença do chefe da nação também foi uma sinalização clara da sua pretensão em influenciar no pleito ao Governo do Estado, preferindo o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD) como postulante ao Palácio Tiradentes.
O governador Romeu Zema (Novo), como está em lado oposto ao Planalto, se negou a participar dos eventos realizados em Mariana e na sede da CeasaMinas, em Contagem. Na cidade histórica, propalou-se um acordo de R$ 170 bilhões para reparar danos aos atingidos pelo rompimento da barragem de Bento Rodrigues, envolvendo vítimas em Minas e no Espírito Santo.
Mas o ato de maior repercussão política teve como palco o pátio da CeasaMinas, mediante a distribuição de 300 máquinas para dezenas de municípios do Estado. Esse evento estava previsto para ser realizado no mês passado, porém, não aconteceu por conta da falta de espaço na agenda presidencial.
Sucessão estadual
No mesmo instante da presença de Lula em Minas, Romeu Zema declarou estar disposto a deixar de lado o apadrinhamento de Jair Bolsonaro (PL), para colocar o seu nome à disposição para disputar a presidência.
Ambos os políticos, Zema e Lula, nada falam a respeito dos seus preferidos para o cenário ao pleito estadual do próximo ano. Contudo, existe uma sinalização clara de que o nome preferido do Executivo é do vice-governador Mateus Simões (Novo), já em pré-campanha quando visita as lideranças municipais pelo interior do Estado. Por enquanto, essa incursão não se traduz em popularidade suficiente para tornar Simões um nome competitivo.
Por seu turno, o denominado campo de centro-esquerda não tem outra alternativa até o momento, exceto a possibilidade de o senador Rodrigo Pacheco (PSD) aceitar se lançar nesse movimento, apoiado pelo Palácio do Planalto. O parlamentar está cauteloso, embora o seu nome já faça parte de comentários de avaliações de grande parte das lideranças políticas no Estado.
Em síntese, relativamente ao processo eleitoral mineiro, apenas os nomes de Mateus Simões e Rodrigo Pacheco estão em pauta no momento para a peleja de 2026. Até porque, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), antes citado com frequência, agora se esquiva em continuar discutindo o seu futuro político, no sentido de haver alinhamento positivo com essa bandeira de uma possível candidatura.
No concernente do Partido Liberal, onde o bolsonarismo é dominante, a movimentação do deputado Nikolas Ferreira, o mais votado da história de Minas, não passa de mera especulação. Não se percebeu qualquer ação mais afirmativa do parlamentar sobre o assunto em pauta.
Por fim, a possível presença de Romeu Zema no cenário político nacional terá no caminho alguns nomes já escalados como os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD).