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Brasil conta com 8 milhões de jovens empreendedores

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De acordo com dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Minas Gerais conta com 4,015 milhões de microempreendedores individuais (MEIs). Dentre eles, 927.840 têm entre 16 e 30 anos, o que representa aproximadamente 23,11% do total de MEIs no Estado. Outro levantamento realizado pelo Sebrae, com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, indica que, nos últimos dez anos, houve um crescimento de 23% no número de empreendedores com idades entre 18 e 29 anos. Além disso, conforme dados do Monitor Global de Empreendedorismo, o Brasil conta com aproximadamente 8 milhões de jovens empreendedores na faixa etária de 18 a 24 anos.

O especialista em gestão empresarial, Matheus Paiva, destaca que a redução do emprego formal tem impulsionado os jovens a buscar alternativas. “O empreendedorismo entra nesse cenário com a possibilidade de conjugar a formação de capital e a evolução material como indivíduo, com a questão de propósito, de deixar sua marca no mundo”, afirma. “Essa busca por propósito é evidente na geração Z, que valoriza mais a liberdade e o impacto social de seus negócios do que a estabilidade de um emprego tradicional. Eles querem mais autonomia e flexibilidade, preferindo empreender a seguir uma carreira tradicional”.

Segundo Paiva, a presença de redes de apoio e programas de mentoria tem sido fundamental para o desenvolvimento dos jovens empreendedores. “O Sebrae, por exemplo, tem atuado como catalisador de iniciativas, oferecendo capacitação, acesso ao crédito e consultorias. A formalização dos negócios também tem avançado, nos últimos anos aumentou o número de jovens empreendedores que possuem CNPJ. Esse avanço é crucial para o acesso a benefícios fiscais, crédito e maior legitimidade no mercado”.

Para o economista Fabrício Diniz, os jovens empreendedores têm contribuído significativamente para a criação de empregos, tanto diretos quanto indiretos. “Ao abrir novos negócios, eles geram oportunidades de trabalho para outras pessoas, ajudando a reduzir o desemprego, especialmente entre os mais jovens. Além disso, a criatividade e a disposição para assumir riscos são características marcantes dos jovens empreendedores, o que tem levado ao surgimento de novos produtos, serviços e modelos de negócios, promovendo a inovação e a diversificação da economia brasileira”.

“O empreendedorismo jovem tem se mostrado uma ferramenta eficaz para promover a inclusão social. Indivíduos de diferentes origens socioeconômicas estão utilizando essa estratégia como meio de ascensão social, contribuindo para a redução das desigualdades no país, a participação feminina e de quem se autodeclara preto ou pardo vem crescendo nos últimos anos”, ressalta.

Diniz explica que ainda há desafios antes de prosperar o próprio negócio. “O acesso ao crédito continua sendo um dos principais obstáculos para os jovens que desejam iniciar ou expandir seus negócios. A complexidade burocrática e a elevada carga tributária também são obstáculos significativos, além da necessidade de lidar com uma infinidade de documentos e processos legais, o que pode desmotivar aqueles que estão começando os seus negócios”.

O cenário para o empreendedorismo jovem no Brasil é promissor, esclarece Paiva. “Com o apoio de políticas públicas voltadas à capacitação, redução da burocracia e incentivo ao crédito, é possível criar um ambiente mais favorável para o crescimento dos negócios. Além disso, a crescente digitalização da economia e o surgimento de novas tecnologias oferecem oportunidades para que os jovens inovem e se destaquem no mercado”.

Em resumo, o empreendedorismo jovem não é apenas uma tendência passageira, mas uma realidade que está moldando o futuro econômico do país. “Com determinação, criatividade e apoio adequado, os jovens empreendedores têm o potencial de transformar desafios em oportunidades, contribuindo para um Brasil mais dinâmico, inclusivo e próspero”, conclui.