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97% dos brasileiros de 16 a 34 anos sonham conseguir a casa própria

24% pretendem comprar um imóvel ainda esse ano / Foto: Marcelo Camargo-Agência Brasil

 

Segundo uma pesquisa do Datafolha, 97% dos jovens, de 16 a 34, possuem o sonho de adquirir a casa própria. Entre o grupo de 16 a 24 anos, 57% têm planos de comprar um imóvel residencial, índice similar ao registrado na faixa de 25 a 34 anos (55%). Considerando todos os brasileiros, 43% pretendem comprar uma casa, sendo que, destes, 57% querem fazer negócio em até três anos, e 24%, ainda neste ano.

No total, quase dois terços (65%) dos brasileiros já possuem a casa em que moram. São 29% os que pagam aluguel e outros 5% moram em um imóvel cedido. A fatia dos que moram em casa alugada decresce com a idade: 38% dos que têm de 16 a 24 anos, 37% dos 25 aos 34, 31% dos 35 aos 44 e 22% a partir dos 45 anos de idade. Para debater o assunto, o Edição do Brasil conversou com Jonata Tribioli, diretor de investimentos imobiliários e de educação financeira.

 

Comprar um imóvel ficou mais difícil para o público jovem, se comparado com as décadas passadas?

Sim, adquirir um imóvel tornou- -se mais desafiador para os jovens de 16 a 34 anos em comparação com décadas anteriores. Fatores como o aumento significativo dos preços dos imóveis, e a elevação das taxas de juros, dificultam o acesso ao financiamento imobiliário. Além disso, a renda média desse público não acompanhou o ritmo de valorização imobiliária, fazendo com que muitos jovens possuam rendimentos que não atendem aos critérios exigidos pelas instituições financeiras para a liberação de crédito imobiliário, e a exigência de um valor considerável para a entrada dificulta a aquisição, especialmente para aqueles que não possuem reservas financeiras mais significativas.

 

Existem fatores, além do econômico, que impactam na dificuldade dessa geração de conseguir um imóvel?

Sim, além dos fatores econômicos, aspectos comportamentais influenciam essa dificuldade. Muitos jovens priorizam experiências, como viagens e educação, ao invés da aquisição de bens duráveis. A busca por oportunidades de trabalho em diferentes localidades desestimula o compromisso com a compra de um imóvel fixo, e há uma tendência crescente de optar pelo aluguel que oferece maior flexibilidade e menos responsabilidades associadas à propriedade.

 

O financiamento de imóveis é mais acessível atualmente?

Hoje, o financiamento de imóveis enfrenta alguns desafios. Embora existam diversas modalidades de crédito disponíveis, as altas taxas de juros e os critérios mais rigorosos de concessão tornam o acesso ao financiamento menos acessível para uma parcela da população, especialmente para os jovens com renda mais baixa.

 

Programas habitacionais, como o “Minha Casa, Minha Vida”, facilitaram a realização desse sonho?

Sim, programas habitacionais como o “Minha Casa, Minha Vida” desempenharam um papel crucial na facilitação do acesso à casa própria para famílias de baixa renda. Eles oferecem subsídios e condições de financiamento mais favoráveis, permitindo que muitos brasileiros realizem o sonho da casa própria. No entanto, a demanda ainda supera a oferta, e muitos aguardam por oportunidades dentro desses programas.

 

Quais estratégias esse público pode adotar para conseguir realizar o sonho da casa própria?

Algumas estratégias recomendadas incluem elaborar um orçamento com economia mensal destinada à compra do imóvel. Participar de consórcios imobiliários também pode ser uma alternativa ao financiamento tradicional, e programas governamentais que ofereçam subsídios e condições facilitadas. Além disso, buscar conhecimento sobre investimentos e gestão financeira para aumentar o poder de compra, e considerar áreas emergentes ou periféricas, onde os preços são mais acessíveis, podem ser abordagens eficazes.

 

Analisando o momento atual, você acredita que será mais fácil ou mais difícil adquirir um imóvel nos próximos anos?

A perspectiva para os próximos anos é mista. Por um lado, espera-se que a redução das taxas de juros torne o crédito imobiliário mais acessível, estimulando a demanda por imóveis. Por outro lado, a valorização contínua dos imóveis e possíveis restrições econômicas podem contrabalançar esse efeito. Portanto, embora haja sinais positivos, a aquisição de um imóvel continuará exigindo planejamento e preparação financeira por parte dos interessados.