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Setor de serviços registra o maior número de novos negócios abertos

Foto: Freepik.com

 

De acordo com dados da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), o mês de maio terminou com um acumulado de 39.997 novas empresas abertas em 2024. O número é 12,51% maior comparado com o mesmo período do ano passado, quando 35.550 novos negócios foram registrados.

Apenas no mês de maio, 7.532 novos empreendimentos foram abertos no Estado, alta de 5,21% comparado ao mesmo mês do ano anterior, quando 7.159 empresas foram abertas. O setor de serviços (5.433) foi o que registrou o maior número de novos negócios abertos no mês, seguido por comércio (1.701) e indústria (398).

O economista Wallace Pereira explica que alguns fatores ajudaram no aumento de novos negócios em Minas. “A política de desburocratização e de crédito empreendida pelo governo de Minas, o estímulo ao desenvolvimento de um ambiente de negócios saudável, a proximidade entre Estado e Mercado por meio de política tributária favorável, as iniciativas do governo federal voltadas para a ampliação das linhas de créditos para micro, pequenas e médias empresas e desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”.

Ele afirma que as políticas governamentais para estimular o empreendedorismo no Estado são essenciais. “As medidas voltadas para a redução da burocracia e os incentivos fiscais são instrumentos importantes para atrair novos empreendimentos. A proximidade do setor público com o setor privado é fundamental para minimizar as incertezas, garantir transparência e estimular investimentos futuros. A parceria Estado e Mercado ajuda no desenvolvimento econômico”.

Por outro lado, Pereira destaca que os novos empreendedores possuem desafios a resolver. “O primeiro é a concorrência, visto que Minas Gerais está entre as mais competitivas do Brasil. O segundo é a dificuldade de encontrar profissionais qualificados, porque o estado compete com São Paulo e Rio de Janeiro por profissionais de média e alta qualificação. Os novos empreendedores se deparam com empresas mais experientes na captação de talentos, o que prejudica o andamento da atividade produtiva”.

Outro desafio apontado pelo economista é a taxa de juros, que está em 10,5%. “Apesar da Selic ajudar a conter a inflação, os impactos no setor produtivo da economia são significativos e prejudicam a expansão dos negócios. Os novos empreendedores sofrem mais, pois encontram dificuldades de obter crédito sob condições de livre mercado”.

“Novos empreendimentos, muitas vezes, carecem de contrapartidas cobradas no ato do empréstimo e os juros altos aumentam o custo. Ou seja, pequenas e médias empresas ficam restringidas de colocar em ação seus planos de investimento quando a taxa básica de juros se encontra em patamares elevados”, acrescenta.

Para os próximos meses, a expectativa de Pereira é que mais empresas sejam abertas em Minas. “O ambiente de negócios em Minas Gerais é amigável e a economia brasileira está voltando a crescer. Isso contribui para que os novos empreendimentos sejam criados”, conclui.

 

BH lidera ranking

A capital foi o município com maior volume de abertura de empresas, com um total de 10.716 novos empreendimentos no acumulado do ano. Na sequência, estão Uberlândia (2.444), Contagem (1.319), Juiz de Fora (1.051), Montes Claros (829), Uberaba (810), Betim (600), Ipatinga (557), Divinópolis (541) e Governador Valadares (515).

 

Encerramentos

O relatório da Jucemg informa ainda sobre as baixas empresariais em Minas, que, segundo o estudo, alcançaram 4.715 registros em maio, variação de 16,33% no comparativo com maio do ano passado (4.053 extinções). No acumulado do ano, as extinções somam 25.658 registros.