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Intenção de Consumo das Famílias alcança os 91,7 pontos em BH

Tendência é de maior consumo nos próximos meses / Foto: Freepik.com

A Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de março, realizada pelo núcleo de Pesquisa e Inteligência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), com base em dados coletados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou 91,7 pontos. Em fevereiro, esse número estava em 87,9. O ICF a partir de 100 pontos, configura satisfação.

Ao serem questionados qual é a expectativa de aumentar o consumo nos próximos meses, 58,9% dos entrevistados disseram que a tendência é de que o consumo seja maior em relação ao segundo semestre de 2022. Enquanto para 40,2%, a segunda metade do ano será de menor consumo. Nessa última pesquisa, o consumo das famílias está menor em relação ao ano passado. 52,7% dos responsáveis pelas residências responderam que vem consumindo menos, 25,9% afirmaram que vem mantendo o mesmo nível de despesas e apenas 21,4% dos entrevistados disseram que vem comprando mais do que em 2022.

Já em relação a compra de bens duráveis, como eletrodomésticos e automóveis, que exige desembolso maior dos consumidores, o cenário ainda é de pessimismo. Para 76,9% dos entrevistados, ainda não é um bom momento de adquirir esses itens, enquanto 20,8% acreditam que agora, seria ideal fazer essas compras.

Para a economista do Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, Gabriela Martins, a taxa de juros, hoje em 13,75% ao ano, atrapalha a compra desses produtos. “A alta dos juros pode ser um fator que reduza o crescimento de alguns setores do comércio, principalmente aqueles segmentos que dependem da venda a prazo em que a taxa de juros impacta diretamente no consumo das famílias”, afirma.

Outra dificuldade apontada pelos entrevistados foi em relação ao acesso a crédito. Para 41,7%, a situação está mais difícil, enquanto 33,1% respondeu que está mais fácil e 21% disse que conseguir crédito está igual ao ano passado.

O mecânico Pedro Santana deseja fazer uma dívida a longo prazo, mas vê que o momento ainda não está favorável. “Eu estou querendo trocar de carro, porém, com a atual taxa de juros, não está bom para fazer isso. O jeito é continuar com o meu usado e, se houver uma redução, posso repensar”.

Emprego

O ICF também perguntou aos entrevistados qual é a sensação em relação ao emprego atual. 45,2% respondeu que se sente mais seguro com o seu emprego em relação a março do ano passado, 25,5% afirmou que está igual ao de 2022 e 21,5% disse que se sente inseguro no seu trabalho.

Ao serem questionados sobre a renda familiar em relação ao ano passado, para 37,9% dos entrevistados a situação hoje é melhor, enquanto para 32,1% a renda continua igual e para 29,8% a renda está pior que em relação a 2022.

O cenário é positivo em relação a melhoria da situação profissional. Para 54,7% dos entrevistados, o responsável pelo domicílio terá alguma melhoria profissional nos próximos seis meses. O otimismo se mostra tanto para as famílias que recebem até 10 salários mínimos (53%), quanto para quem ganha acima de 10 salários mínimos (65,9%).