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Arraial de BH deve movimentar mais de R$ 5 milhões na economia da capital

Investimento na festa terá um aumento de quase 70% / Foto: Leonardo Cabral

 

Durante os dias 20, 21, 27 e 28 de julho vai acontecer a 45ª edição do Arraial de Belo Horizonte, no Mineirinho. De acordo com a organização, a expectativa é que a média de movimentação financeira na cidade, durante esse período, considerando os setores da indústria têxtil, gastronomia e outras atividades envolvidas, se mantenha próxima do que foi registrado no ano passado, um montante de R$5,18 milhões.

Segundo o Ministério do Turismo, Minas Gerais espera um aumento de 20% dos participantes nas festas juninas em diversos municípios, atingindo um público de 3 milhões de pessoas em dois meses. A presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Bárbara Menucci, diz que está confiante que toda comunidade junina, turistas e moradores locais estarão presentes no Arraial de Belo Horizonte. “O Mineirinho oferece um espaço mais amplo, capaz de receber mais pessoas do que a Praça da Estação”.

Ela revela que o investimento total nos desfiles das quadrilhas, em 2024, terá um aumento de quase 70%. “Em 2023, o montante foi de R$ 792 mil. A previsão é que 45 quadrilhas juninas se apresentem no Mineirinho, sendo 16 no Grupo Especial, e as demais nos Grupos de Acesso e Disputa”.

Bárbara também ressalta que além de seu inegável valor cultural, o Arraial de Belo Horizonte também desempenha um papel fundamental na economia da cidade. “Impulsionando toda uma cadeia produtiva e gerando empregos e renda para o município. Destaco a atenção especial dedicada ao evento, ao turismo, à cultura, ao lazer e, principalmente, ao desenvolvimento econômico”.

“No ano passado, o Arraial registrou um ticket médio de R$ 64,70 por participante. Além disso, o festejo estimula o crescimento de diversos setores produtivos locais, como o têxtil, a gastronomia e a economia solidária, contribuindo para o desenvolvimento econômico de Belo Horizonte. O empreendedorismo, a inclusão produtiva e o estímulo ao entretenimento e aos trabalhos dos diversos agentes também são aspectos essenciais presentes no evento”, acrescenta.

 

Mais investimento

De acordo com a presidente da Belotur, a Prefeitura de Belo Horizonte aumentou em quase 70% o valor da subvenção às quadrilhas em relação a 2023. “O montante total dos recursos concedidos será de R$ 1,32 milhão, avançando nos trabalhos de valorização aos atores do Arraial. Este ano, em média, a produção de cada quadrilha junina envolve cerca de 70 pessoas, entre dançarinos, coreógrafos e equipe técnica”.

 

Inflação junina

Conforme o levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE) os preços dos ingredientes e insumos para o preparo dos principais pratos e quitutes tradicionais das festas juninas aumentaram, em média, 5,74% nos últimos 12 meses, enquanto a inflação ao consumidor medida pelo IPC-S registrou aumento de 3,28% no mesmo período.

O estudo mostrou que a batata inglesa subiu 60,66% nos últimos 12 meses, sendo a alta mais expressiva da cesta, enquanto o arroz, a maçã e a batata doce subiram 23,42%, 21,72% e 11,59%, respectivamente. Alguns itens aliviaram um pouco as altas relevantes, com ênfase para a farinha de trigo, com uma queda de 15,47% no mesmo período.

Outros itens importantes para as festas juninas também registraram recuo nos preços: leite condensado (-13,98%), leite tipo longa vida (-7,22%) e milho de pipoca (-6,63%) foram alguns dos destaques com quedas em relação aos 12 meses anteriores. Outros produtos que subiram acima da média foram: açúcar refinado (10,30%), couve mineira (9,47%), açúcar cristal (7,82%), refrigerantes e água mineral (5,82).

“Apesar de os números mostrarem que a inflação geral está reduzindo seu ritmo de aceleração em 12 meses (3,28%), o que observamos é uma pressão não desprezível sobre os preços dos alimentos, especialmente sobre os itens mais tradicionais das festas juninas. Batata inglesa, arroz e maçã são bastante utilizados na culinária junina e têm mostrado persistência na aceleração de preços”, explica Matheus Dias, economista do FGV IBRE.