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Estradas estaduais de MG têm 22 acidentes por dia

Foto: Freepik.com

Até o dia 1º de maio de 2024, Minas Gerais já registrou 2.708 acidentes de trânsito nas estradas estaduais, com 293 mortes, o que equivale a 22 ocorrências por dia. Os dados foram divulgados pela Polícia Militar (PMMG). O mês é conhecido por promover a conscientização no trânsito, com objetivo de evitar acidentes e crimes no tráfego. O tema da campanha “Maio Amarelo” deste ano é “A Paz no Trânsito Começa por Você”.

Para o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, o Maio Amarelo é um movimento eficaz. “Ele surge como uma possibilidade de consolidar, através de ações contínuas, hábitos seguros no sistema nacional de trânsito, seja para pedestres ou motoristas”.

“Do ponto de vista da Seguridade Social, também é importante ressaltar o impacto econômico e previdenciário que os sinistros de trânsito envolvendo motocicletas causam para os cofres públicos. São quase R$ 50 bilhões de recursos que poderiam ser destinados à saúde, educação, segurança pública, oferta de emprego, renda e campanhas de assistencialismo”, complementa.

Segundo estimativa da Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais, neste ano, devem ocorrer 7.129 acidentes e 712 mortes. No ano passado, foram 9.254, com 1.001 óbitos. O diretor científico Ammetra explica que é preciso cuidar do fator estrutural das vias, com atuação em pontos críticos, bem como reforçar a importância das condições do veículo. “Intervenções na sinalização, pavimentação e traçado geográfico dessas estradas ou rodovias devem ser realizados para mitigar os riscos e reduzir o número de mortes”.

“O Brasil também tem uma frota velha de veículos fora das normas de conservação, transportando peso excedente, danificando as estradas e prejudicando os critérios de dirigibilidade. Estamos em um cenário trágico e multifatorial”, acrescenta.

De acordo com o especialista, viemos de um passado de flexibilizações contínuas e questionáveis na legislação de trânsito. “Voltaram à cena discussões sobre uso ou não de capacete, assim como dispositivos de retenção para o transporte, necessidade de fiscalização e controle de velocidade, importância do exame toxicológico e ampliação do prazo de validade da carteira para 10 anos”.

A educação para o trânsito é uma necessidade imediata, alerta Coimbra. “A grande maioria manifesta o desejo de obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a partir dos 17 anos de idade. É muito fácil investir nessa questão desde cedo. As diversas disciplinas do ensino fundamental podem receber conteúdos adicionais sem a elaboração de uma matéria exclusiva de educação para o trânsito. Textos voltados para a segurança viária já despertariam maior conscientização”.

“O Brasil é um país que se destaca em relação ao exame de aptidão física e mental na avaliação de candidatos a motoristas, seja no processo de renovação ou da obtenção de uma nova categoria. Nós precisamos debater o trânsito diariamente para prevenir os acidentes, além de ampliar a fiscalização”, finaliza.