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Oito cidades mineiras vão receber novos campi de Institutos Federais

Serão 100 novas unidades espalhadas pelo Brasil / Foto: IFMG

 

Belo Horizonte, João Monlevade, Itajubá, Sete Lagoas, Caratinga, São João de Nepomuceno, Minas Novas e Bom Despacho foram escolhidas para receber as novas unidades dos Institutos Federais (IFs). Em março, o governo federal anunciou um plano de expansão da rede federal de ensino técnico, com a criação de 100 novos campi de IFs e Minas Gerais será contemplada com oito unidades.

A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é formada pelos IFs, por dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets), escolas técnicas vinculadas às universidades federais, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná e pelo Colégio Pedro II. Atualmente, a rede possui 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Com os novos 100 campi, passará a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de IFs.

O reitor do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), Rafael Bastos, destaca que a lei que criou os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia possibilitou a oferta desde cursos técnicos até pós-graduações. “Por meio dessa rede, e com a consequente interiorização, tivemos a chance de levar os IFs para vazios demográficos nos quais não tínhamos instituições de educação, o que foi um passo importante”.

“Essa expansão vai ao encontro dessa demanda, principalmente em relação aos cursos técnicos integrados. Uma cidade que tem um campus do IFs possui um ‘olhar diferenciado’ para a educação, pois os IFs têm o poder de mudar a realidade de seu entorno e da região onde está inserido”, comenta.

Ele revela que os estudos e os critérios para escolher as cidades que serão contempladas com os novos campi foram desenvolvidos pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Casa Civil. “Foram levadas em conta as regiões que ainda não possuem unidades de IFs ou que registram um número baixo de matrículas em cursos técnicos de nível médio, em relação à população dessa localidade”.

De acordo com a Coordenação de Registro Acadêmico, há 17.618 matrículas ativas nos sistemas do IFMG. Porém, no Estado de Minas, essa instituição não é o único instituto federal existente. Além da IFMG, existem a IF Sul de Minas, IF Sudeste, IF Triângulo Mineiro e IF Norte de Minas.

O IFMG deve receber cinco, dessas oito unidades divulgadas, segundo Bastos. “Sobre o aumento no número de vagas, o total anunciado para Minas é de cerca de 11,2 mil novas vagas, conforme dados do governo federal. A estimativa é que essas unidades, em âmbito nacional, gerem 140 mil vagas, média de 1,4 mil por campi, majoritariamente de cursos técnicos integrados ao ensino médio”.

 

Investimento

Conforme o governo federal, serão investidos R$ 3,9 bilhões em obras nos institutos federais, por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desse total, R$ 2,5 bilhões são para instalação de novos campi e R$ 1,4 bilhão para melhorias em unidades já existentes, como a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.

Bastos pontua que esses investimentos anunciados, para o momento, não alcançariam esse montante. “Mas, vemos com bons olhos a retomada das aplicações em educação e na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, com este movimento de consolidação e de expansão. Pois, desde 2016, com a promulgação do Teto de Gastos, os investimentos e o orçamento para a manutenção das unidades não acompanharam o crescimento do número de matrículas e a correção da inflação”.

“Estamos falando de quase 10 anos de defasagem em investimentos necessários para a estruturação dos campi, isso sem falar na falta de trabalhadores e na própria remuneração dos servidores. Após um período tão extenso sem investimentos, algumas necessidades se acumularam e seria ilusório pensar que é possível resolver todo o atraso gerado em um curto espaço de tempo”, acrescenta.

Ele termina dizendo que precisaria haver, também, um terceiro movimento. “Que seria rever os recursos referentes a esse período de precarização da educação pelo qual passamos nos últimos anos. Isso é o maior desafio, não só do ponto de vista de infraestrutura, mas de carreira, de pessoal e outros aspectos”.