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Mais creches para a criançada

Um dos muitos desafios dos governantes diz respeito a como incrementar de vez o ensino infantil em nosso país. Os dados oficiais apontam que houve um crescimento de 42,3% na quantidade de matrículas em 10 anos, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Também foram criadas 1.224.945 vagas nas creches.

Mesmo assim, ainda tendo como base a própria difusão do Instituto, apenas 35,5% das crianças brasileiras na faixa etária de 0 a 3 anos são atendidas. Estima-se um déficit de 64,5% nas vagas oportunizadas, o que equivale a 7,5 milhões de crianças ainda sem o cobiçado e almejado atendimento por parte desses espaços educacionais infantis.

O Plano Nacional de Educação, do Ministério da Educação, tem informações mais promissoras no recorte da pré-escola. Das 5.922.271 crianças de 4 a 5 anos, 5.338.282 estavam matriculadas na última década. Na avaliação dos órgãos oficiais, as políticas públicas para o setor carecem de incremento para se chegar à plenitude.

Especificamente em relação às escolinhas, além de atenderem à criançada, amenizam os problemas das famílias de baixa renda. É que muitas mães precisam colocar os filhos na creche para seguir para os seus locais de trabalho. O problema é quando não conseguem apoio formal e são obrigadas a pagar alguém da própria comunidade, incluindo pessoas sem a devida experiência para tal fim, mesmo sabendo dos riscos reais que os seus filhos correm.

O sociólogo e professor de educação básica, Flávio Pimenta, lembra sobre a necessidade de uma política pública coerente visando proporcionar a melhoria do setor educacional no Brasil. Ele destaca que uma das medidas que dificulta a implantação de novas escolas e vagas é o Teto dos Gastos Públicos, que limitou os investimentos nas áreas de saúde e educação por 20 anos.

É preciso que o assunto tenha uma prioridade na pauta dos governantes, se quisermos um futuro melhor para todos os brasileiros. Essa jornada começa com mais investimentos na educação, caminho mais curto na direção de uma nação plenamente desenvolvida.