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Em defesa da Amazônia

Até as inocentes crianças sabem que as árvores ajudam a reter água no solo, preservando rios e reduzindo erosões. Mesmo assim, a ganância financeira de alguns empresários e pessoas inescrupulosas contribui para a destruição da natureza, especialmente na Amazônia. De acordo com dados oficiais, a região já perdeu aproximadamente 20% de sua reserva, mediante a ação de grileiros, garimpeiros e outros seres humanos desonrados. Eles ignoram até as observações de especialistas, segundo a qual o futuro de muitas cidades no Brasil estaria ameaçado, caso esse desatino continue acontecendo.

Geólogos ouvidos recentemente pela imprensa categorizam que as árvores têm ações diretas capazes de resfriar e minimizar o calor nas maiores cidades do país. Algo deve ser feito para conter a ação devastadora da floresta Amazônica, cujos despropósitos são capazes de levar a um caminho de deterioração sem volta.

Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), foram desmatados 79 km² da floresta amazônica em janeiro deste ano, número 60% menor que no mesmo mês de 2023, quando foram derrubados 198 km². Apesar da redução nas taxas, a devastação ainda continua a todo vapor.

De acordo com o geólogo Marcos Moraes, atualmente, a Amazônia armazena entre 100 a 200 bilhões de toneladas de CO2, o equivalente a 10 anos de emissões do mundo inteiro. Na avaliação do profissional, o ideal é estabelecer a meta de se chegar ao desmatamento zero, pois haveria a reparação gradual das perdas até então registradas.

Relativamente à tese de derrubar mais árvores para atender às demandas do mercado, o profissional lembra não ser necessário essa proposta, visto que poderíamos perder uma porção muito grande não só do agronegócio, mas também da viabilidade econômica das regiões Centro-Oeste, Sudeste e até no Sul do Brasil.

Para além dos dados estatísticos, existe também uma constatação de ordem técnica: a aludida floresta é responsável por 25% a 50% do regime de chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Neste sentido, somente as ações dos governos não têm sido suficientes, sendo necessário mais engajamento da sociedade organizada.

É preciso evitar a presença de representantes do crime organizado na localidade, porque eles poluem os rios, extraem o ouro e outros minerais nobres, bem como derrubam a floresta para vender madeira nobre mundo afora. Paralelo a isso, acontece a pesca predatória, dificultando a cadeia alimentar dos indígenas e dos ribeirinhos.