De acordo com o § 1º, do art. 13, da Constituição de 1988, são quatro os símbolos nacionais: a Bandeira, as Armas, o Hino e o Selo, com especificações e regras básicas estabelecidas pela Lei nº 5.700, de 1º de setembro de 1971. Eles representam a identidade nacional, como a soberania, a cidadania, a dignidade e os valores sociais. A bandeira é o símbolo mais autêntico no sentido de que ela identifica o território, a nacionalidade. O próprio nome já fala por si só: bandeira, “fincar bandeira”, olhar para a bandeira e sentir a própria pátria. As Armas Nacionais ou Brasão Nacional, a glória, a honra e a nobreza. O Hino, o patriotismo, o orgulho da pátria. E o Selo para identificar documentos oficiais, atos do governo, diplomas de escolas oficiais ou reconhecidas.
A bandeira nacional é muito pouco valorizada por esta terra de Vera e Santa Cruz. No Brasil, no governo anterior, deu-se uma “injeção de ânimo” na população em se tratando da Bandeira e do Hino, dos quais havia sido deturpado o verdadeiro significado de respeito e amor ao país por facções de elevado cunho ideológico; pretendia-se implantar outro significado no verde e amarelo, face à real e amada concepção histórica e tão atual da América Portuguesa, o “Brazil”, ou Brasil, com “S”, como passou a ser adotado.
Este preâmbulo foi para relembrar e comemorar o 19 de novembro, o Dia da Bandeira Nacional. No entanto, para também vivermos a bandeira de Minas Gerais, a mais bonita e elegante das bandeiras dos estados federativos (todas lindas pela sua natureza estética e histórica), cujo significado vai além da liberdade tão sonhada pelos inconfidentes, a separação do jugo português, fazendo-se do território das Alterosas o “País Minas”. A história brasileira é bela, mas muitos, inclusive historiadores, não a valorizam e colocam o Brasil como uma nação desvalorizada.
A bandeira de Minas Gerais foi idealizada “não para a rebelião, mas sim para o novo ‘Estado ou República’ que se fundar”, como discorreu o historiador Waldemar de Almeida Barbosa (1907-2000) em “A Bandeira de Minas Gerais”. Ele nos conta que a bandeira, originalmente de um Estado soberano, seria o triângulo na cor verde e não vermelha, intenção de Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier: 1746-1792). Apesar de amigo de Augusto de Lima Júnior (1889-1970), que fez trabalho de pesquisa afirmando que sempre o triângulo fora vermelho, ele afirma: “Não podemos dizer com absoluta segurança, mas parece-nos que as mais antigas bandeiras de Minas Gerais ostentavam o triângulo verde, temos mesmo a impressão de que as antigas, todas ou quase todas, tinham o triângulo verde; e as bandeiras com triângulo vermelho apareceram posteriormente, por influência do mestre Augusto de Lima Júnior. Onde houver o símbolo de Minas com o triângulo vermelho, quase podemos identificar o ‘dedo’ de Augusto de Lima Júnior”.
Com fundo branco e o triângulo que significou para Tiradentes uma homenagem à Santíssima Trindade, assim como afirmou Alvarenga Peixoto nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira, em seu depoimento de 14 de janeiro de 1790: “Em comemoração da Santíssima Trindade”, o triângulo é composto pelo versículo do poeta romano Virgílio: “Libertas Quæ Sera Tamen” (Liberdade ainda que tardia).
Depois de consultado o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), a indefinição da cor do triângulo que era usado ora verde ora vermelho na bandeira de Minas, a Assembleia Legislativa pôs fim ao dilema, optando pela cor vermelha (Lei nº 2.973, de 8 de janeiro 1963, governo Magalhães Pinto).