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Pacheco, Zema e a dívida mineira

Nos encontros casuais entre pessoas formadoras de opinião de Belo Horizonte, sem dúvida alguma, o assunto da semana foi a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), incumbido de tentar encontrar alternativas relacionadas ao pagamento da dívida do governo mineiro com a União.

Não se sabe se o parlamentar vai tirar proveito político do certame, mas a sua imersão no tema mais agradou que desagradou. De quebra, ainda mobilizou a imprensa nacional para uma questão envolvendo não só o governo mineiro, mas a grande maioria dos estados que estão na mesma situação de penúria financeira por conta de erros do passado. Esse assunto tem ocupado a pauta de altos dirigentes em Brasília.

A semana foi de intensa movimentação envolvendo o presidente Lula (PT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB); o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e o próprio governador Romeu Zema (Novo), cujo discurso desde o princípio do ano é o mesmo: aprovar no âmbito do Parlamento mineiro o projeto para adesão ao Regime de Recuperação Fiscal.

Mas, para tanto, e no bojo da matéria enviada à ALMG, está tacitamente comprovada a intenção nada republicana de deixar funcionários públicos sem aumento salarial por 9 anos, vender ativos de Minas para a iniciativa privada, como a Cemig, Copasa, Codemig e outros tantos produtos, tudo para amortizar a dívida, sem, contudo, resolver o problema. Diante do cenário, outros políticos mineiros também estão em cena para minimizar a contenda.

Em verdade, ninguém tem informações límpidas com relação aos números exibidos. Por exemplo, como explicar que um valor do estoque da dívida em 1998 era da ordem de R$ 15 bilhões, e hoje passa dos R$ 160 bilhões.

Roga-se a Deus que ilumine o caminho dessas autoridades para que o tema seja devidamente encaminhado, evitando a estagnação de Minas Gerais, especialmente no tangente à sofrível condição financeira do Tesouro Estadual que, por anos a fio, tem inibido os investimentos em obras de infraestrutura. A população deve ficar atenta, no sentido de observar se todo esse movimento não diz respeito tão somente a um jogo, um duelo político, uma espécie de antecipação da sucessão estadual de 2026.