O câncer de próstata é o segundo tipo mais incidente na população masculina em todas as regiões do Brasil, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Para o triênio 2023-2025, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 71,7 mil novos casos por ano. Por isso, neste mês, é celebrado o Novembro Azul, época em que são promovidas ações voltadas aos cuidados com a saúde do homem e alertas sobre a prevenção e diagnóstico precoce da doença.
O oncologista Roberto Neiva explica que a patologia se desenvolve quando células da próstata se multiplicam anormalmente e formam um tumor. “A próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino, responsável por produzir parte do sêmen. Ela está localizada abaixo da bexiga e próxima ao reto. Alguns dos fatores de risco que podem aumentar as chances da doença são, histórico familiar (uma pessoa com parente de primeiro grau que já teve o câncer possui mais chances de desenvolvê-lo), idade (a incidência e a mortalidade do câncer são maiores após os 50 anos deidade), raça (homens negros têm maior incidência deste tipo de câncer) e obesidade”.
Ele afirma que esse tipo de tumor se desenvolve lentamente. “A maior parte das pessoas não manifesta sinais e sintomas do câncer de próstata até que ele esteja em fase avançada, porém, em casos mais desenvolvidos é possível notar vontade frequente de urinar, inclusive à noite; sangue na urina ou sêmen; fluxo da urina interrompido ou sensação de bexiga cheia, mesmo após urinar; dor ao urinar; disfunção erétil; dor nos ossos, como os do quadril, coxa, costas, entre outros”.
Neiva conta que o diagnóstico pode ser feito precocemente, antes do início de qualquer sinal ou sintoma. “É feito o PSA (Antígeno Prostático Específico), que é um exame de sangue que mede a quantidade de uma substância produzida pela próstata. Se o nível estiver elevado, pode indicar a presença de câncer ou de outras doenças da glândula, como hiperplasia benigna, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). E o mais conhecido é o exame de toque, que é rápido e indolor, realizado para que o médico possa avaliar o tamanho, forma e textura da próstata. O único capaz de confirmar, de fato, a presença de um tumor é a biópsia, que é solicitada pelo médico caso os resultados do toque retal e/ou PSA indiquem suspeitas”.
O médico alerta que os homens devem se consultar regularmente com um urologista, que deverá solicitar uma rotina de exames a partir dos 50 anos de idade ou, para os que possuem histórico familiar de câncer de próstata, a partir dos 45 anos.
A melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento do câncer e expectativa de vida. “Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão”, afirma Neiva.
“A cirurgia é indicada para retirar tumores que se localizam dentro da glândula da próstata. Já a radioterapia usa uma radiação de alta energia (raios-X) para combater as células cancerígenas. A quimioterapia é indicada para homens que possuem câncer de próstata em metástase e não respondem a outros tratamentos”, finaliza.