Nos bastidores da Assembleia Legislativa, o assunto é um só: a eleição da Mesa Diretora da Casa. Há 4 anos, havia uma coligação forte, com PT e MBD dominando o governo estadual e uma megabancada que reunia cerca de 27 dos 77 parlamentares.
Desta vez, o cenário é completamente oposto. Está tudo fragmentado e não há certeza de quem será o governador do Estado, critério importante para balizar essa disputa, que promete ser ferrenha, especialmente, em relação à eleição de presidente da ALMG.
Nomes em evidência
Cerca de 8 dias após a realização da eleição de 2018, o primeiro nome mencionado para disputar o posto da presidência foi o do petista Virgílio Guimarães. Ex-deputado federal e estadual, ele está de volta, eleito com mais de 91 mil votos. Seu partido é dono da maior bancada na Casa, com 10 integrantes. Mas ele próprio, segundo amigos, não quer discutir isso agora. De acordo com fontes ouvidas, ele quer esperar o resultado do pleito do segundo turno, tanto para o governo de Minas, como para Presidência da República.
Quando circulou pela primeira vez nos corredores da Assembleia, após sua sexta eleição, desta vez com 82.130 votos, o médico Arlen Santiago (PTB) foi saudado como candidato a presidente do Legislativo. Mineiramente, ele esboçou um sorriso matreiro e respondeu: “Vai falando que pode pegar”. Sobre a possibilidade de sua entrada em cena nessa disputa, pouco se sabe, o certo é que ele teria apoio de grande parte dos deputados do MDB.
Já no caso de Romeu Zema (Novo) ser eleito governador, o nome do deputado Bosco (Avante) passaria a ter chances, por ser conterrâneo de Zema. Bosco é pecuarista, advogado e está no seu terceiro mandato.
No âmbito do PSDB, também são cogitados nomes. O primeiro é do veterano Dalmo Ribeiro, muito ligado ao candidato a governador Antonio Anastasia. Mas a ala mais jovem do partido, segundo fontes, teria simpatia pelo nome do deputado João Vitor Xavier, ex-vereador da capital, eleito para seu terceiro mandado como estadual, com 75 mil votos.
Com 70.055 votos, o empresário Agostinho Patrus Filho, um dos caciques do Partido Verde em Minas, está de volta ao legislativo mineiro pela quarta vez. Segundo comentários nos bastidores, ele poderia ser a surpresa neste pleito imprevisível.
Relativamente ao Partido Novo, do candidato a governador Romeu Zema, há indícios dos nomes de Betão, Laura Serrano e Guilherme da Cunha, os únicos eleitos. Mas se trata de jovens cristãos, que passariam a conviver com um grupo hermético, que sempre atua em conjunto e que dá preferência aos considerados, por eles, como mais “experientes”.
Há 4 anos, o MDB era a primeira bancada, hoje, ocupa o segundo lugar com 8 parlamentares. No que se refere a condução da Mesa Diretora do Legislativo, os comentários são variados. O veterano Sávio Souza Cruz foi o primeiro a colocar seu nome à disposição, mas quando se faz uma pesquisa, os emedebistas também têm simpatia por Tadeu Martins Leite, que já caminha para o seu terceiro mandato como parlamentar, dessa vez com 72.367 votos.
Existem ainda citações veladas em relação aos deputados João Magalhães e Thiago Cota. Ou seja, pelo visto, o partido já estaria começando uma nova legislatura dividido.