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Pesquisa revela desinteresse da torcida pela Seleção Brasileira

Falta de resultados em competições oficiais é um dos fatores / Foto: Vitor Silva-CBF

 

Levantamento realizado pela Quaest Consultoria e divulgado pelo jornalista Juca Kfouri, do UOL Esporte, mostrou que a Seleção Brasileira não tem atraído a atenção do público. De acordo com a pesquisa, 48% dos torcedores responderam que estavam nada interessados na Seleção. Outros 36% disseram que estavam pouco interessados, 15% muito interessados e 1% não soube/ não respondeu.

Para o comentarista esportivo Júnior Brasil, o comportamento dos jogadores dentro e fora de campo e a falta de resultados tem contribuído para o distanciamento da torcida.

“Às vezes, a Seleção tem atletas com cara de pop star. Por exemplo, Neymar sabe jogar muito bem, mas faz coisas que não são compatíveis para um jogador de futebol e é mal visto por isso no mundo. Essa Seleção joga de qualquer jeito e não observamos uma identificação e entrega dentro de campo. Outro ponto é que a gente não vê os jogadores falando que têm orgulho de representar o Brasil”.

“Isso não cria uma empatia com o torcedor. Temos uma Seleção que vem ganhando amistosos pífios e quando chega na Copa, não tem uma base e estrutura de jogo fortes. Então, os resultados também não empolgam e não criam laços com o torcedor”, completa.

Outro fator apresentado por Júnior Brasil é que a maioria dos jogadores atua fora do Brasil e alguns deles nem jogaram no futebol brasileiro. Na hora da convocação, causa estranheza do público que não acompanha a história desses atletas. “Esse distanciamento é prejudicial, porque existem jogadores de qualidade menor, mas de muito mais entrega, atuando no Brasil. Fica o questionamento: será que não vale uma Seleção Brasileira com atletas que jogam aqui, mesmo sendo mais frágil do que uma com jogadores que atuam no exterior”?

Para ele, a safra de jogadores é boa, há alguns que quando vestem a camisa da Seleção, não rendem o mesmo que em seus clubes. “Tem qualidade, mas falta talvez o treinador ideal, uma Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que pense em menos dinheiro e mais nos resultados dentro de campo. Os clubes também têm que participar de forma integrada, coisa que a gente não vê. Hoje não temos talentos como Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho, Bebeto, Romário e tantos outros. O Neymar mesmo, sequer conseguiu se tornar o melhor do mundo, apesar do seu ótimo futebol. Parece que a filosofia a ser adotada é a de seguir o que funciona na Europa, abandonando as nossas qualidades. Isso também tem muito a ver com alguns resultados negativos”.

Em relação a técnico, Fernando Diniz está no comando de forma interina. A CBF espera que o italiano Carlo Ancelotti assuma o comando da equipe no ano que vem. O nome de Ancelotti não agrada o comentarista.

“Não gosto dessa ideia de treinador estrangeiro e não vejo Ancelotti como uma solução. Quem eu gostaria de ver no posto é o Renato Gaúcho. Acho que ele vai querer os melhores jogadores, por mais que possa ser contestado. Seja quem for, gostaria do treinador brasileiro, porque vai encurtar o caminho”.

Para finalizar, Júnior Brasil diz que a CBF precisa tomar algumas medidas para atrair novamente o interesse do público pela Seleção Brasileira. “A Seleção tem que parar de marcar amistosos com adversários mais fracos e começar a implantar uma filosofia de buscar jogadores compromissados como acontece em tantos clubes. Tem muita coisa errada na CBF, o que acaba desanimando o público e gerando reflexos para todo o sistema do futebol”.