Estudos conduzidos por cientistas chineses da Universidade Henan, recém-publicados na revista acadêmica Annals of Medicine, mostraram que a ioga e outros exercícios podem ajudar a melhorar a função pulmonar de pacientes asmáticos. Para chegar ao resultado, os autores realizaram uma metanálise de 28 pesquisas, que incluíram mais de 2.100 voluntários. Todos os tipos de exercícios avaliados demonstraram benefícios para a função pulmonar, sendo que a ioga e os exercícios respiratórios combinados com o treino aeróbico se destacaram.
A pneumologista Sônia Andrade diz que a prática de exercício ajuda na oxigenação do pulmão. “Uma vida fisicamente ativa tem muitos benefícios para oferecer. Além de proporcionar todas as vantagens físicas, motoras e emocionais para o indivíduo, a atividade auxilia o controle das crises de asma, podendo deixá-las até mais espaçadas. Em qualquer exercício físico é essencial corrigir e aprender a respirar corretamente”.
Para Sônia, um pulmão treinado e melhor oxigenado faz bem para qualquer pessoa, seja asmática ou não. “Para quem possui a doença, obter o condicionamento favorece até mesmo no controle dos sintomas ansiosos. A atividade física proporciona o fortalecimento corporal, melhora da condição cardiopulmonar e da inflamação das vias aéreas, além de diminuir a hiper-reatividade (resposta exagerada a estímulos), o que possibilita mais controle clínico da asma, redução das crises, melhora da ansiedade e da qualidade de vida”.
O fisioterapeuta Cláudio Santana afirma que a prática regular de exercícios pode resultar na melhora dos sintomas da asma, pois o aumento da frequência cardíaca ajuda na capacidade pulmonar. “Técnicas como o método Papworth, que se concentra em aprender a respirar lenta e continuamente pelo diafragma e pelo nariz, além da natação, vôlei e também a ioga apresentam melhoras significativas”.
Ele conta que a ioga incorpora a necessidade de respirar de forma controlada enquanto se move, se alonga e se equilibra. “A prática regular de posturas básicas de ioga pode trazer equilíbrio ao corpo, eliminando bloqueios nos canais e também favorecendo a circulação sanguínea. Passagem nasal bloqueada, garganta irritável, peso nos olhos e na área dos seios da face, tosse e respiração ofegante podem ser reduzidos com alongamentos profundos e respiração, abrindo espaço para a passagem de ar limpo e claro”.
Segundo Santana, a sequência dos movimentos tem como alvo os ombros, pescoço, garganta, tórax, diafragma e abdômen. “Quando alongados, ajudam a abrir os músculos e estimulá-los. Poucas rodadas de meditação feitas ao final da sequência beneficiam o acalmamento do sistema nervoso, bem como do sistema respiratório, a fim de manter o quadro de asma sob controle”.
Ele conclui dizendo que praticar exercícios em rajadas curtas também tem menos probabilidade de desencadear um ataque de asma do que participar de atividades mais longas e prolongadas. “A atividade física precisa ser feita de forma segura, levando em conta características individuais, como idade, fatores ambientais e controle da doença”.
