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Unidade de Belo Horizonte é finalista do Prêmio Melhores Escolas do Mundo

A instituição concorre na categoria “Colaboração com a Comunidade” / Foto: Adão de Souza

 

A Escola Municipal Professor Edson Pisani, no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, é finalista do Prêmio Melhores Escolas do Mundo com o projeto que traz soluções para o problema do descarte irregular de lixo. A instituição concorre na categoria “Colaboração com a Comunidade”, e disputa a final com unidades dos Estados Unidos e da África do Sul.

O programa “+ Favela – Lixo” é desenvolvido em conjunto com os moradores. A proposta surgiu de uma parceria da unidade de ensino com a Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para o debate com a comunidade sobre os problemas ocasionados pelos resíduos. Atualmente, a instituição possui 582 estudantes e participam do projeto alunos da escola integrada, de 6 a 10 anos, e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na faixa etária entre 15 e 70 anos.

Dentre as medidas encontradas está a confecção e instalação gratuita para os moradores de placas ganchos/porta lixo. A estrutura é fixada em cada imóvel, com identificação do número da casa, para evitar que os resíduos domésticos sejam colocados em locais inapropriados e forme lixões. Outra solução foi a criação de jardins em locais usados para descarte. A ação é acompanhada da instalação de lixeiras e conscientização dos moradores. Entulho das obras de construção passaram a ser usados para a fabricação de mini gabiões para a estabilização de terrenos na própria comunidade.

A diretora da escola, Eleusa Fiúza, diz que o projeto possibilita a melhora da qualidade de vida dos moradores da região. “O lixo sempre foi uma questão muito grande, e agora, percebendo a diferença que esse programa pode fazer na vida de cada um dos residentes, todos participam, ajudam a manter e a conservar tudo o que propomos”.

Além dessa iniciativa, a unidade realiza uma série de ações para melhorar a qualidade de vida da população. Dentre elas, estão atividades voltadas para o saneamento básico e também para a mobilidade. Com o envolvimento da comunidade e parcerias, foi criada a linha de ônibus que liga a favela ao metrô, gerando mais acesso à saúde, educação e emprego, garantindo o direito de ir e vir.

Eleusa pontua ainda projetos de intervenções urbanas. “Nós acompanhamos os estudantes de perto e as professoras realizaram visitas na casa de cada um para conhecer o seu contexto familiar. Outras ações de destaque são as ambientais, com o programa sobre águas na cidade, onde a escola levou os alunos as nascentes, minas e córregos da região. Também cedemos o espaço da nossa instituição para parceiros realizarem formações de empreendedorismo, saúde e outros temas importantes para a própria comunidade”.

 

Mais um representante

Além da unidade de Belo Horizonte, o país tem mais um representante como finalista, a Escola de Ensino Médio Joaquim Bastos Gonçalves, em Carnaubal, no Ceará, que está na categoria “Vidas Saudáveis”. A instituição desenvolve ações para a promoção da saúde mental dos estudantes, sobretudo após a pandemia.

Na própria escola, cerca de 6% dos discentes foram diagnosticados com problemas emocionais graves, incluindo automutilação. O projeto identifica os alunos vulneráveis, oferece assistência de um psicólogo profissional, ajuda os estudantes a trabalharem mais eficazmente as competências socioemocionais nas salas de aula e educa a comunidade escolar sobre a importância da saúde mental.

 

A premiação

Criada em 2022, a premiação tem cinco categorias e, em cada uma, três escolas foram selecionadas como finalistas. Além dos grupos que as instituições brasileiras participam, tem prêmio para projetos que envolvem ação ambiental, inovação e superação de adversidades. Os vencedores serão escolhidos por uma academia de juízes especializados e serão anunciados em novembro. O primeiro colocado receberá US$ 50 mil, o equivalente a aproximadamente R$ 250 mil, para desenvolver o seu programa.

O Prêmio Melhores Escolas do Mundo foi criado pela T4 Education e apoiado pela Fundação Lemann para compartilhar boas práticas que estão transformando a vida dos estudantes e fazendo a diferença nas comunidades onde as escolas estão inseridas. Nesta edição, 108 países participaram da premiação.