Nas ruas dos grandes centros urbanos do país, assim como ocorre em Belo Horizonte, os motociclistas são destaque pela audácia em se projetarem entre os carros, “furando filas”, realizando manobras arriscadas, colocando a suas vidas e de terceiros em perigo.
Segundo informações da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), existem 302.272 registros de motos e uma média de 71,7% dos pilotos nunca realizaram um curso de pilotagem segura. Os dados são estarrecedores e apontam que 44,4% dos motociclistas da capital já se acidentaram.
Agora, a situação vem se agravando, por conta da entrada em ação dos motofretistas, pois cada um deles circula acima de 150 quilômetros por dia. Ainda tendo como referência a pesquisa da CDL/BH, 54,5% dos motociclistas atuam como entregador, sendo 42,54% como autônomo, 37,6% são microempreendedores individuais e apenas 20% possuem contrato celetista.
O desafio das autoridades do trânsito é incomensurável. Entra em evidência a pressa das pessoas em chegarem mais rápido aos seus compromissos, optando pelas motos. O problema é que muitas conduções não são comandadas por profissionais devidamente habilitados, o que tem alimentado essa onda de imprevistos, mutilações, danos materiais e outros inconvenientes.
Em verdade, percebe-se um aumento preponderante de passageiros interessados em utilizar as garupas das motos como opção de transporte. O dilema é que os condutores e motofretistas são vinculados a grupos de aplicativos internacionais, como a Uber Moto. É difícil manter o controle sobre quantos são os credenciados que usam esse processo. No entanto, a regulamentação do segmento é urgente e necessária para evitar uma verdadeira escalada de proeminências e outros inconvenientes.