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Alerta vermelho: quase metade dos motociclistas de BH já sofreram acidentes

Não há dúvidas de que a mobilidade urbana é um dos pontos frágeis de nossa cidade. O constante aumento da frota de veículos tem causado, diariamente, transtornos como engarrafamentos e acidentes. Dentro deste panorama está a segurança dos usuários de motocicletas. Atualmente, Belo Horizonte possui uma frota de 302.273 motocicletas, um crescimento de 4,77% em comparação a 2022, quando a frota era de 288.519, segundo o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). Ainda de acordo com o Detran-MG, de janeiro até 21 de agosto deste ano, 17.205 motocicletas foram emplacadas na cidade. Em relação ao número de habilitados para condução de veículos na categoria A (motocicletas, motonetas e triciclos), de janeiro a junho de 2023, a capital mineira habilitou 209.813.

Por trás desses números há uma realidade preocupante: quase metade dos condutores de motocicleta (44,4%) da capital mineira já se acidentou. Esse dado foi extraído do balanço parcial da 10ª edição da campanha “Ande Seguro”, promovida pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). O balanço também revelou outros dados: 36,4% dos motociclistas, em especial os motofretistas, percorrem acima de 150 quilômetros por dia, o que equivale a cinco viagens para Macacos (localizada a 25 km de Belo Horizonte), e 49,1% realizam, em média, 30 entregas diariamente.

A sondagem levantou que 54,5% dos motociclistas atuam como entregador, sendo que 42,4% são autônomos, 37,6% são microempreendedores individuais e 20% possuem contrato celetista. Outro ponto de atenção: 71,7% dos motociclistas afirmaram que nunca realizaram curso de pilotagem segura.

Todos esses dados acendem um alerta sobre a segurança dos condutores de motocicletas, especialmente os motofretistas, que são essenciais para o funcionamento dos serviços de delivery. Esses profissionais têm exercido uma carga horária de trabalho excessiva na maioria dos casos. Essa precarização do trabalho é uma herança da pandemia que devemos combater.

De forma geral, os motociclistas estão mais atentos e cuidadosos com o estado de conservação da moto e também dos equipamentos de segurança. Mas ainda observamos muitos sem usar itens essenciais, como antena corta-cerol e luvas. A motocicleta é um meio de transporte acessível e ágil, por isso, cada vez mais as pessoas estão motivadas a se habilitar nesta categoria. Contudo, sua utilização envolve alguns riscos que precisam ser amenizados. Além disso, aqueles que usam a moto de forma profissional estão ainda mais expostos, seja pelo trânsito ou pela ação de criminosos.

A campanha “Ande Seguro”, realizada há dez anos pela CDL/BH, além de conscientizar os motociclistas sobre a importância da manutenção dos equipamentos de segurança, também atenta os condutores para o seguinte ponto: nenhuma entrega é mais importante que a sua vida. Sabemos que este trabalho é fundamental e tende a se popularizar a cada dia, especialmente por conta dos novos hábitos de consumo. Entretanto, nada se sobrepõe à segurança e à vida. Chegar rápido é importante, chegar seguro é fundamental.