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Pelé: o maior de todos

O jogador do século, o maior de todo o mundo, batizado com o nome de Edson Arantes do Nascimento, mas levou ao mundo o seu nome com quatro letras: Pelé, foi fantástico, sem comparação em qualquer comparação entre jogadores do mundo. Pelé conquistou em sua carreira profissional no Brasil onde jogou profissionalmente somente no Santos e consagrou com 10 Campeonatos Paulistas, duas Libertadores, dois Mundiais de Clubes, quatro Torneios Rio-São Paulo, seis Brasileiros (cinco Taças Brasil e um Torneio Roberto Gomes Pedrosa), uma Recopa Sul-Americana e uma Recopa Mundial.

Quando parou de jogar no Brasil no final de 1974, foi para o Cosmos em 1975 e parou de jogar futebol em 1977, nos Estados Unidos, e lá também conquistou uma NASL e um campeonato americano. Em sua carreira é o maior jogador com mais gols, totalizando 1.283 (767 oficiais), gols pela Seleção Brasileira: 95 (77 oficiais), gols em Copas: 12 no Santos: 1.091 gols, no Cosmos nos Estados Unidos: 65 e outros 31 gols em amistosos com outras equipes e até pelo Exército, isso mesmo, Pelé serviu o Exército Brasileiro aos 18 anos, três Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970), e não bastasse a bola, agora são as estatísticas que estão a provocar injustiças na história do futebol. A última é praticada pela Fifa ao atribuir à Neymar o título de maior artilheiro do Brasil com 79 gols. Infelizmente, pela Fifa são descartados de Pelé os 18 gols marcados em amistosos.

Neymar começou no Santos e jogou de 2009 a 2013. Disputou 225 partidas, marcou 136 gols, conquistou uma Copa Libertadores, uma Recopa Sul-Americana, uma Copa do Brasil e três Campeonatos Paulistas, foi vendido ao Barcelona, 2013 a 2017, jogou 186 partidas, marcou 105 gols, conquistou um Mundial de Clubes, uma Champions League, dois Campeonato Espanhol, três Copa do Rei e Supercopa da Espanha.

Depois foi vendido ao Paris Saint-Germain e jogou de 2017 a 2023 com: 173 partidas, marcou 118 gols e conquistou cinco Campeonato Francês, três Copa da França, três Troféu dos Campeões e duas Taça da Liga Francesa, até o momento jogou na carreira 584 partidas e marcou 359 gols, foi transferido neste segundo semestre para jogar na Arábia Saudita, no Al-Hilal, ainda não marcou gol, está com 31 anos.

Para nós que gostamos de esporte, o futebol fantástico que Edson Arantes do Nascimento jogou, deixou claro que ninguém vai superar sua genialidade. O erro da Fifa, e como de todos os teóricos que se baseiam em estatísticas para as suas análises, é ignorar uma lição que aprendemos nas primeiras linhas do básico em matemática: o princípio da proporcionalidade. Tem que ser realizada, idealizada, feita, seja lá o que for, a proporção está intimamente ligada com a razão. Para verificação se as grandezas são proporcionais ou não, devemos fazer uma igualdade de duas razões. Se essas razões forem iguais, os valores serão proporcionais.

Desde o dia 8 de setembro, quando a Seleção Brasileira ganhou da “fortíssima” Seleção da Bolívia, na goleada de 5 a 1 pelas eliminatórias da Copa do Mundo, foi colocada a disputa entre Pelé e Neymar, a razão é o número de partidas em que a marca de 77 gols foi alcançada. Sobre ela, então, aplica-se o princípio da proporcionalidade. Antes do jogo Brasil 5 a 1 Bolívia, e Neymar fez dois gols, tendo assim 79 gols.

Pelé fez 77 gols em 92 jogos, e Neymar 79 gols em 126 jogos. Isso implica em concluir que as razões são desiguais e transformadas em números, colocando os de Pelé 20% à frente de Neymar. Com isso, a média de gols de Pelé com a Amarelinha é maior que a do atual camisa 10 da Seleção (0,84 gols por partida, contra 0,62 de Neymar).

Quando recebeu uma placa pelos 79 gols na Seleção Brasileira, Neymar deixou claro em sua fala: “Não sou melhor que Pelé”. Podemos usar uma frase do grande poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade transformado em poema: “O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé. Aquele gol que gostaríamos tanto de fazer, que nos sentimos maduros para fazer, mas que, diabolicamente, não se deixa fazer. O gol”.

O assunto é pertinente para o momento da análise de quem admira o futebol, pode ser até questionado, pois é minha opinião. Todas
as marcas de Pelé transformaram os números em simples detalhes. Transcendendo a eles, sempre exigirão uma explicação da razão, da proporção e da alma. Infelizmente, não assisti ao vivo no estádio jogos de Pelé, comecei a acompanhar jogos no Mineirão em 1975, quando Pelé já tinha ido para os Estados Unidos. Assisti apenas pela televisão os seus jogos, hoje pelos vídeos no YouTube e nas imagens de sua genialidade que são mostradas em suas jogadas e gols por este mundo que teve a sorte de ter Pelé nos gramados. Pelé morreu aos 82 anos, no dia 29 de dezembro do ano passado.