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Permanece a novela sobre a cassação do presidente da Câmara Municipal de BH

Gabriel Azevedo se distanciou de antigos aliados e o Vereador Juliano Lopes almeja ser presidente da Câmara / Fotos: CMBH e Karoline Barreto

O resultado do pedido de cassação do presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Gabriel Azevedo, dominou a cena política na última semana. Para os entendidos do assunto, o chefe do Legislativo deve se safar da guilhotina, no entanto, seu projeto político de se tornar prefeito da capital mineira estaria maculado, diante de tanta repercussão negativa envolvendo o nome dele.

Essas mesmas vozes ouvidas por nossa reportagem lembram o histórico de atritos protagonizado pelo presidente da CMBH. Se tornou inimigo político do atual secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro. Também brigou com o poderoso segmento dos empresários de ônibus, distanciou do prefeito Fuad Noman (PSD) e fez pressão pela cassação de dois ex-colegas, Wellington Magalhães e Leo Burguês.

Briga de feirantes?

Até o fechamento desta edição, não se registrava manifestação de qualquer entidade importante da cidade em favor do denunciado. Porém, esse episódio de agora só fez aumentar a impressão de que as polêmicas e assuntos de menor importância para o bem da coletividade sempre estiveram no topo das pautas do Legislativo.

Vale dizer que a imagem da Câmara, atualmente, não tem nada de nobre, posto que os debates e os embates por lá, às vezes, mais parecem aqueles entreveros de feirantes em dia de algazarras.

De olho nos fatos

A crônica política que diariamente fez cobertura naquele espaço aposta que os partidos de esquerda (PT e PSOL), com quatro vereadores, irão votar contra a cassação de Azevedo. Esses parlamentares até foram a favor da abertura do processo, mas na reta final, devem agir de maneira diferente, pela preservação do mandato do presidente.

Enquanto isso, comenta-se nos bastidores sobre uma vertente nada republicana. Caso Azevedo perca o posto, quem assumiria a vaga seria o primeiro vice-presidente, Juliano Lopes, do partido Agir. Na esteira dessa preponderante realidade, o próprio Lopes poderia operar junto aos colegas, tirando da gaveta um pedido de cassação do prefeito Fuad Noman.

Por esse raciocínio, Lopes se tornaria o timoneiro da sucessão municipal, podendo acomodar até mesmo o nome do próprio padrinho dele, o aludido secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro, na disputa à Prefeitura de Belo Horizonte em 2024. Segundo observadores, as discussões estão apenas começando, com desdobramentos imprevisíveis.