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Arbitragem feminina: um orgulho nacional

O Brasil não teve grande participação no último Mundial Feminino. A seleção brasileira teve sua eliminação precoce na competição, caindo na fase de grupos do torneio realizado na Nova Zelândia/Austrália. A seleção canarinho teve muita dificuldade em seus jogos, não apresentou bom futebol e viu o sonho de conquistar sua primeira estrela se tornar uma verdadeira decepção.

Enquanto o Brasil não teve um desempenho satisfatório, o destaque brasileiro ficou por conta da arbitragem. Edina Alves Batista apitou sua segunda semifinal de Copa do Mundo Feminina, na vitória da Espanha por 2 a 1 em cima da Suécia. Com isso, a árbitra se tornou a brasileira com mais jogos apitados em Copa do Mundo entre homens e mulheres.

Edina chegou a impressionante marca de oito jogos em duas Copas do Mundo, ultrapassando Carlos Eugênio Simon que apitou sete jogos em três Copas do Mundo. A árbitra brasileira também entrou para a história como a primeira mulher a conduzir duas semifinais, de forma consecutiva. A paranaense que começou sua carreira como assistente e de família humilde, venceu o preconceito e se tornou uma das maiores árbitras do mundo.

Ela é uma árbitra de grande capacidade técnica, além de um condicionamento físico invejável. Atualmente, atua na principal competição de nosso país (série A), sendo responsável por dirigir grandes jogos do Brasileirão.

Trata-se de mais um marco histórico em sua carreira vencedora, que ainda conta com os fatos históricos de ser a primeira mulher a apitar em um Mundial de Clubes, Conmebol Libertadores e uma final de Campeonato Paulista masculino, entre outros.

A marca importante conquistada por Edina Batista ajuda a impulsionar a arbitragem feminina no Brasil e no mundo. Outras árbitras estão surgindo para o cenário nacional, como a paraibana Ruthyanna Camila, que foi convidada para o Programa da Conmebol, que acontecerá no Paraguai, neste mês, junto com a assistente Maíra Moreira. Temos ainda a árbitra do Sergipe Thaislane Melo que já dirigiu a final do campeonato sergipano deste ano e atuou em duas partidas do campeonato brasileiro da série B.

Já foi possível confirmar um aumento das escalas de árbitras e assistentes em competições profissionais masculinas. Nos dois últimos anos, o crescimento foi de 74%. Quando Edina apitou, o número era de 227. No ano seguinte pulou para 394. Se traçarmos uma comparação de 10 anos, entre 2020 e 2010, o aumento é de 399%.

No mesmo comparativo do período de uma década, também é possível observar o crescimento do número de inscrições de árbitras e assistentes no quadro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em 2011, o número total era de 73, com 20 árbitras e 53 assistentes. Já neste ano, o dado mais recente aponta para 114 no geral, com 30 árbitras e 84 assistentes. O crescimento de 56% registrado traz influência direta para o Brasil ser um dos destaques do quadro internacional de arbitragem.

Conforme estatística recente divulgada pela CBF, o Brasil é, atualmente, o maior quadro internacional na Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA). São 38 árbitros atuando sob a insígnia da FIFA: 16 centrais, 16 assistentes, além de dez indicados para o quadro do VAR (árbitro assistente de vídeo). Da relação total, seis mulheres são árbitras e seis assistentes.

A arbitragem feminina brasileira vai ganhando cada vez mais espaço internacional, através de um trabalho que começou há anos com dirigentes que deram oportunidades para mulheres como Silvia Regina, Ana Paula de Oliveira e também com a luta da mineira Léa Campos, que foi a primeira árbitra reconhecida pela FIFA.