Home > Esporte > CBF reconhece título de 1937 do Atlético-MG

CBF reconhece título de 1937 do Atlético-MG

Escalação que competiu pelo Torneio dos Campeões de 1937 / Foto: Centro Atleticano de Memória

 

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aceitou o pedido do Galo e homologou a equivalência do título do Torneio dos Campeões de 1937 ao atual Campeonato Brasileiro. A decisão ocorre 86 anos depois do título oficializando o Atlético como tricampeão nacional, uma vez que levantou a taça também em 1971 e 2021, e, consequentemente, voltou a ser o primeiro campeão brasileiro da história.

Em dezembro de 2021, logo após a conquista do Brasileirão, o presidente Sérgio Coelho manifestou o interesse no reconhecimento do título de Campeão dos Campeões de 1937 como título de Campeão Brasileiro. Posteriormente, o Clube preparou e enviou à CBF um dossiê contendo todos os argumentos, evidências, dados de jornais da época, além de todo embasamento jurídico necessário ao pleito.

No robusto dossiê entregue ao fazer a solicitação, o Atlético cita a “Resolução da Presidência da CBF”, em dezembro de 2010, que unificou os títulos da Taça Brasil (1959-1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970). O clube pediu por “princípio da isonomia e de jurisprudência criada” para ter o título de 1937 considerado como uma taça nacional. Além disso, o Galo se apoiou em documentações da época, incluindo cobertura da imprensa.

“À vista do exposto, conclui-se que o Clube vencedor do campeonato nacional da temporada de 1937, intitulado Campeão dos Campeões, e amplamente reconhecido como tal pela mídia e pela sociedade, o Clube Atlético Mineiro, faz jus, por conseguinte, ao reconhecimento do título de Campeão Brasileiro daquele ano, o que se requer, mediante a entrega simbólica do Troféu correspondente”, afirmou o clube mineiro.

O reconhecimento foi selado em uma reunião na sede da CBF, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, entre diretores da entidade nacional e em nome do Atlético. Estiveram presentes o presidente Sérgio Coelho, o vice-presidente José Murilo Procópio, o investidor Rubens Menin, o presidente do Conselho Deliberativo Ricardo Guimarães e algumas autoridades de Minas Gerais.

O documento confeccionado pela CBF é assinado pelo presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, e outros membros. Nele, foi entendido que o “Torneio dos Campeões disputado em 1937 foi sim extremamente relevante à época em meio aos debates e divisões geradas no futebol brasileiro em função da defesa da implementação do profissionalismo entre os clubes”.

 

Campeonato de 1937

Hélio Oliveira, torcedor atleticano há 55 anos, conta como o torneio se desdobrou. “Foi promovido pela Federação Brasileira de Football (a extinta FBF, que se fundiria à CBD, precursora da CBF) e teve participação dos campeões das ligas profissionais dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Naquele período, a divisão regional do Brasil era diferente. Minas, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe formavam a região oriental. Já São Paulo pertencia à região Meridional. Por isso, a competição teve abrangência nacional e foi considerada o Campeonato Brasileiro daquele ano”.

Além do Galo, Fluminense, Rio Branco, Portuguesa, Liga da Marinha e Aliança participaram do torneio. A fase final da competição foi realizada em quadrangular único, com todos jogando contra si duas partidas e o Atlético terminando com 9 pontos, seguido pelo Fluminense com 6. Paulista, do Galo, foi o artilheiro da competição com 8 gols marcados. O time campeão do Galo era formado por Kafunga; Florindo e Quim; Zezé Procópio, Lola e Bala; Paulista, Alfredo Bernardino (Bazzoni), Guará, Nicola e Resende (Elair). Floriano Peixoto era o técnico.