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Paracatu vai receber o primeiro Festival Literário Internacional

Uma das homenageadas do evento é a escritora Conceição Evaristo / Foto: Aline Macedo

De 23 a 27 de agosto vai acontecer a primeira edição do Festival Literário Internacional de Paracatu (Fliparacatu), na região Noroeste. O tema do evento será “Arte, Literatura e Ancestralidade” e vai homenagear a escritora belo-horizontina Conceição Evaristo e o escritor moçambicano Mia Couto. O Festival tem como Patrono o escritor paracatuense Afonso Arinos (1868-1916).

O Fliparacatu vai acontecer, de forma presencial, em diversos espaços do centro histórico do município e também em formato digital, através do Facebook, Instagram e YouTube da mostra. Na programação, estão previstos lançamentos de livros, debates, oficinas e apresentações artísticas, contando, inclusive, com a participação de escritores e artistas locais. Serão mais de 20 autores presentes.

Além das atividades literárias, o Fliparacatu também oferecerá atrações infantis e juvenis, espetáculos de dança, oficinas, shows musicais e uma feira gastronômica, proporcionando uma experiência cultural completa aos participantes. Todas as atrações serão gratuitas e a programação completa está no site fliparacatu.com.br.

O presidente e organizador do Festival, Afonso Borges, explica que a programação busca valorizar a história de Paracatu. “E garantir visibilidade das riquezas culturais da cidade, além de agregar atividades complementares para despertar novos olhares no público”.

A diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross, Ana Cunha, afirma que acredita na potência desta iniciativa, que é transversal à arte, à literatura, à cultura negra, sem dizer do fomento ao turismo local. “Por meio de investimentos em projetos que dialogam com os interesses da cidade, buscamos contribuir diretamente para o crescimento sociocultural de Paracatu”.

O Fliparacatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, e com o apoio da Prefeitura Municipal de Paracatu, da Paróquia de Santo Antônio e do Projeto Portinari.

Exposição “Portinari Negro”

De maneira inédita, o Fliparacatu trouxe para a cidade a exposição “Portinari Negro”, que reúne 42 reproduções das obras de Candido Portinari. A seleção e curadoria são do Projeto Portinari, fundado em 1979. A abertura foi realizada no dia 22 de maio, na Praça da Matriz de Santo Antônio, local da exposição, e segue até o dia 30 de agosto, com entrada gratuita.

Além disso, um prêmio de redação envolvendo todo o sistema educacional da cidade e região, tendo como tema “Arte, Literatura e Ancestralidade”, com inspiração na exposição “Portinari Negro” está em andamento. Crianças e jovens serão incentivados a percorrer a mostra e criar um desenho ou uma redação, em sala de aula, para participar do concurso. Os vencedores serão premiados com dinheiro e os professores dos alunos receberão livros selecionados pela coordenação do Fliparacatu.

“Quando a cultura e a educação se encontram por meio da arte, os resultados podem ser surpreendentes. Colocar estudantes em contato direto com as obras de Portinari é proporcionar uma experiência além das salas de aulas, com potencial de impacto significativo na vida estudantil. Estamos muito felizes em proporcionar essa iniciativa”, comenta Ana Cunha.

Homenageados

De acordo com a organização, a escolha de Conceição Evaristo enquanto autora homenageada perpassa toda sua bibliografia, porém tem como objetivo a comemoração das duas décadas de lançamento de seu primeiro romance, “Ponciá Vivêncio”. Eles destacam ainda, que a bibliografia de Evaristo mostra como ela é uma escritora comprometida com a denúncia das condições sociais enfrentadas pelos afrodescendentes no Brasil, abordando temas, como racismo, sexismo e desigualdade.

Outro homenageado é Antônio Emílio Leite Couto, nascido em 5 de julho de 1955, na cidade da Beira, Moçambique. Atualmente, Mia Couto é o autor moçambicano mais traduzido e divulgado no exterior, além de ser um dos campeões de vendas em Portugal. Suas obras são traduzidas e publicadas em 24 países e muitas delas foram adaptadas para o teatro e cinema. Ele já recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, reconhecendo tanto seus livros individuais quanto sua contribuição geral para a literatura.