A imprensa propalou, semana passada, que a exoneração do secretário de Governo, Igor Eto, e a indicação do deputado estadual Gustavo Valadares (PMN) para o cargo, aconteceu porque o governo carecia de aprovar matérias urgentes, e a atuação de Igor não estava tendo o respaldo necessário ao cumprimento dessas demandas do Poder Executivo.

De certo modo, a análise feita pelos veículos teve fundamento. Afinal, o governador Romeu Zema (Novo) estava encurralado, pois mesmo tendo uma bancada de 50 parlamentares o apoiando, os projetos considerados prioritários por ele não estavam avançando na velocidade almejada.

Acerto de contas

Mas os comentários de bastidores apontam para outra versão. Realmente, haveria prioridade do atendimento aos deputados no sentido de que eles pudessem trabalhar junto ao governo, apreciando positivamente suas matérias. No entanto, a indicação do deputado Valadares teve a ver com o fato dele sempre ter atuado como líder do governo, mesmo em uma situação completamente adversa, turbinando pela decisão do então presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus, de engavetar todas as demandas do executivo.

No começo deste ano, veio a sucessão para a presidência da ALMG. Gustavo Valadares, assim como outros nomes, se declarou candidato ao posto, iniciando uma ofensiva para conquistar votos. No meio do caminho, foi atropelado com uma candidatura sem consistência do deputado Roberto Andrade (Avante).

O Palácio Tiradentes entrou em cena, abortou a candidatura do deputado Roberto Andrade e apoiou o nome do atual presidente Tadeu Martins Leite (MDB), que alcançava franca preferência para ser eleito por quase todos os pares. Pelo visto, deve ter ficado essa espécie de dívida do grupo político do governador com Gustavo Valadares. Fizeram a substituição e ainda prestigiaram alguém que sempre esteve ao lado do Palácio Tiradentes.