Home > Destaques > Preço dos peixes fica até 59% mais caro em Belo Horizonte

Preço dos peixes fica até 59% mais caro em Belo Horizonte

Comerciantes esperam aumento de 20% nas vendas | Foto: Divulgação/Internet

A Quaresma, período de 40 dias em que os cristãos tradicionalmente reduzem o consumo de carne vermelha, teve início no dia 2 de fevereiro. Nessa época do ano, o movimento nas peixarias é ampliado e tem comerciantes com expectativa de aumentar em até 20% as vendas. Já os consumidores de Belo Horizonte devem preparar o bolso, visto que o preço dos pescados teve acréscimos que podem chegar a 59%, segundo pesquisa feita pelo site Mercado Mineiro.

De acordo com a plataforma, o valor médio do quilo do salmão passou de R$ 55,66 para R$ 88,62, uma elevação de 59%. Os belo-horizontinos terão que desembolsar, em média, mais 49% para a compra do bacalhau saithe, que pulou de R$ 52,65 para R$ 78,83. Outros peixes frescos também sofreram reajustes significativos, como o quilo da tainha, que ficou 28% mais cara, e do filé de merluza, 22%.

O estudo também identificou que os produtos podem sofrer variações de até 149% o quilo entre os estabelecimentos pesquisados, como é o caso do camarão rosa limpo médio. A oscilação de preços do bacalhau saithe chega a 145%, com valores que vão de R$ 52,90 até R$ 129,80. Já o bacalhau porto imperial apresentou diferença de 125%, ficando entre R$ 115,39 e R$ 259,90. O filé de merluza é vendido entre R$ 25,90 e R$ 43,90, alternando em 69%, enquanto que a sardinha possui variação de 94%, sendo encontrado entre R$ 12,90 e R$ 25,00.

A aposentada Heliana Andrade mantém a tradição de comer carne branca nesta época. “Sempre faço essa penitência durante a Quaresma. Minha vó tinha esse costume e foi passado de geração em geração. Mesmo com o preço do pescado mais caro este ano, não abro mão de comprar. Escolho os mais comuns, como o filé de corvina e merluza, pesquisando o local mais barato”, conta.

Já o auxiliar de serviços gerais Luciano da Silva afirma que toda sua família não come carne vermelha durante a Quaresma. “Encontrei no mercado o filé de surubim por R$ 39,90 o quilo. Comprei também tilápia e tainha com preço bem em conta. A gente gasta mais no período, mas gosto de seguir a tradição”.

Demanda e preços altos

Para o economista Leandro Martins, nesta época de Quaresma há uma procura maior pelos peixes, causando essa elevação nos preços. “É algo sazonal. O valor da carne vermelha também subiu muito, levando as pessoas optarem pelo consumo de peixes, o que pode justificar os aumentos. Já os pescados importados, como é o caso do bacalhau, sofrem influência do dólar. Mesmo assim, a moeda americana não tem tido tanta oscilação no último ano, sendo cotada entre R$ 5 e R$ 5,50”.

Aumento nas vendas

O comerciante Laerte Pereira, proprietário de uma peixaria, espera que o movimento fique um pouco maior que no ano passado. “A expectativa é de 20% de aumento nas vendas. Nos preparamos e abastecemos o estoque há cerca de um mês do início da Quaresma. Houve reajustes no preço dos pescados, mas tentamos não repassar tanto os custos aos consumidores. A pandemia ainda terá um impacto nos resultados, mas estamos apostando no delivery para atender o cliente da melhor forma possível”.

Quem também está otimista e aguarda resultados positivos é Érica Gonçalves, gerente de uma peixaria. “Um dos produtos mais vendidos aqui no estabelecimento é a sardinha e a tilápia. Ambas variam entre R$ 15,90 a R$ 18,90 o quilo. Este ano, estamos com a expectativa de um salto de 15% a 20% nas vendas. É uma tradição antiga e muitas pessoas não deixam de consumir peixe nesta época, mesmo com alguns reajustes significativos. O movimento deve ser intensificado durante a Semana Santa, entre os dias 10 e 16 de abril”, conclui.