Desportistas do país inteiro criticam a decisão da direção da Minas Arena, responsável pela administração do Estádio Mineirão, em utilizar o espaço para promover um volume excessivo de shows. A realização de eventos tem prejudicado o gramado, a ponto de sofrer reprovação dos grandes times, até mesmo do exterior, que já se negaram a participar de determinadas partidas no local.
Não chega a ser novidade os comentários de bastidores acusando a empresa Minas Arena pelo uso do espaço apenas para obter lucro. Apesar desta real constatação, eles deveriam levar em consideração o fato de o denominado Gigante da Pampulha ser um local sagrado do desporto mineiro e nacional. É considerado um estádio modelo para todo Brasil, com estrutura ideal destinada a abrigar certames esportivos, especialmente no tangente ao futebol.
A degradação do gramado já está se transformando em piada por parte da crônica esportiva. Jornalistas do segmento profetizam que, infelizmente, para os amantes do bom futebol, a grama virou uma piada e alguns o chamam de “pasto”.
O Estádio Magalhães Pinto, inaugurado em 1965 pelo governo de Minas, sofreu modificações em sua estrutura, e também por conta da necessidade de uma adaptação mais profunda, visando acomodar-se às exigências da Copa do Mundo. Ele foi submetido, em 2014, a uma espécie de reconstrução geral, alterando todo o seu projeto inicial de edificação, minimizando a sua antiga estrutura, atraindo eventos e grandes shows brasileiros e internacionais, devido a ambientes paralelos ao centro do gramado.
A partir de então, o governo do estado abriu mão de continuar administrando diretamente o campo esportivo, transferindo a responsabilidade para a questionada Minas Arena. Pelo contrato de parceria, quando eles têm lucros, os dividendos e as benesses são cambiadas em seus cofres, mas quando ocorrem prejuízos, o Poder Público estadual é obrigado a arcar com o montante defasado.
Estão em tela duas situações a serem resolvidas para bem do esporte e da boa gestão pública. Uma delas é voltar a manter o gramado em condições de atender às exigências para realização de partidas de futebol. A outra é elucidar como se dará o desfecho dessa celeuma envolvendo o público e o privado. Sobre essa falta de clareza de como está sendo gerida a administração local, inclusive, pode haver a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no âmbito da Assembleia Legislativa.