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Transporte coletivo em BH

Os discursos sobre o projeto estabelecendo valores para repasse financeiro ao segmento de transporte coletivo da capital foram lindos, mas serviram apenas como uma oportunidade de ouro, tanto para o presidente da Câmara Municipal, vereador Gabriel Azevedo, e também ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), aparecerem com toda desenvoltura concedendo entrevistas, fazendo postagens nas redes sociais, afiançando haver encontrado o verdadeiro “Caminho das Pedras”.

Eis uma triste realidade. Ao longo dos últimos anos, o transporte coletivo da capital mineira, assim como na maioria das grandes cidades do Brasil, enfrenta problemas graves. São carros velhos em circulação, com acessórios vencidos, profissionais mal remunerados, gerando aglomerações quilométricas nas filas, por conta de atrasos dos ônibus, que quase nunca cumprem horários corretamente.

Em consequência destas combinações legais, chegou-se ao consenso de haver a remuneração direta do Poder Público (Prefeitura de BH e Câmara), que aportou a bagatela de R$ 512 milhões, como forma de ajuda financeira para as empresas credenciadas em Belo Horizonte. O repasse do montante pecuniário tem sido de maneira gradual, na proporção do atendimento, por conta da necessidade das firmas em fazer cumprir as metas exigidas no contrato, tudo de acordo com a aprovação de projeto de lei específico, emanado pelo Legislativo Municipal.

Mas decorridos dois meses do início dessa operação, a população continua sem perceber preponderantes melhorias no atendimento público, posto que permanecem praticamente as mesmas reclamações de sempre, especialmente em horário de pico.

Vale dizer que os carros com prazo de validade vencido continuam sendo usados, as malditas filas seguem virando quarteirões. Enfim, o público não conseguiu avaliar como positiva todas as medidas anunciadas. Até porque, permanecem sendo registradas ocorrências de carros quebrados, pneus estourados, entre outras.

Antes mesmo do final do ano, esse tratado entre empresas e PBH vai carecer de um reajuste, mesmo que para tentar minimizar a insatisfação dos usuários. Cuidar do transporte coletivo é algo sério. O tema nunca deveria servir de palanque eleitoral, como se verificou recentemente. Isso é um desrespeito com os cidadãos.