Políticos, especialmente os mais sagazes, sempre encontram uma saída para se manterem em evidência, ainda mais quando se aproxima o período das disputas eleitorais. Na semana passada, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, ao depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lagoa da Pampulha, terminou voltando à cena política nas TVs, rádios e redes sociais. O ex-dirigente da capital mineira se passou como uma pessoa proba, embora as explicações a respeito de sua atuação, à época da despoluição da Lagoa da Pampulha, não tenham convencido muito.
Em verdade, não há constatação indicando que Marcio Lacerda se valeu no cenário para implementar o seu retorno perante o grande público, porém, desde o início deste ano, começaram a surgir as primeiras indicações sobre uma possível volta dele à cena política/eleitoral.
Atualmente sem partido, Lacerda é uma espécie de figura enigmática. Sem histórico nos bastidores políticos do estado, ele se tornou prefeito, foi reeleito, e depois, ao tentar disputar o governo de Minas, teria sido cortado pelo próprio grupo que o levou ao poder. Embora seja um cidadão abastado, segundo fontes, agora é tutelado pela família, quando o assunto é voltar a disputar eleições.
Mas quem esteve com ele, no âmbito da Câmara de Vereadores, acompanhando o seu depoimento perante a CPI, semana passada, percebeu uma aura positiva, e talvez predisposto para se comunicar de maneira mais fácil com as pessoas, ao contrário do cidadão sempre hermético do passado.
Relativamente à sua participação, como prefeito, e suas ações, na despoluição da Lagoa da Pampulha, na Zona Norte de BH, cujo projeto está sendo questionado no Legislativo municipal, o ex-prefeito preferiu sair pela tangente. Defendeu os contratos assinados por ele, à época, e de quebra, buscou incriminar a Copasa, no sentido de que o trabalho realizado não teve o resultado esperado por conta da estatal mineira. Neste item, os próprios integrantes da Comissão discordam. Para eles, outros entes também devem ser ouvidos sobre o tema.