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PIB de Minas fecha primeiro trimestre com alta de 0,9%

Agropecuária e indústria extrativista puxaram altas

Crescimento da produção de soja alavancou a agropecuária- Foto: R.R. Rufino/Embrapa

A economia de Minas Gerais apresentou uma evolução de 0,9% no primeiro trimestre de 2023. O Produto Interno Bruto (PIB) para os três primeiros meses foi estimado em R$ 228,7 bilhões, segundo dados divulgados pela Fundação João Pinheiro (FJP). O resultado positivo vem após retrações registradas no terceiro trimestre (-1,7%) e quarto trimestre (-1,2%) do ano passado.

A agropecuária foi o setor que registrou a maior alta nos três primeiros meses do ano, 10% no total. A assessora técnica do Sistema Faemg Senar, Aline Veloso, explica que os investimentos em tecnologias que foram utilizados nas produções e as condições climáticas favoráveis ajudaram nesse aumento do setor no PIB.

“Importante considerar agora o momento da colheita da safra da soja, que foi um produto bastante importante que teve a expansão da sua produção considerada no comparativo com o ano de 2022, quando os fatores climáticos impactaram na safra do grão no estado. Esse ano ocorreu uma expansão da produção em Minas Gerais, levando em conta também o avanço na produtividade das lavouras de soja e as outras colheitas que são feitas no primeiro trimestre, como a primeira safra de milho e de hortaliças”.

As exportações no setor também registraram alta de 18,1% no primeiro trimestre, em comparação com o último de 2022, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Café e derivados (41,5%,) e a soja, sendo em grão, farelo e óleo (25,3%), foram os mais exportados. Para Aline, esse aumento significa que “essa demanda do comércio internacional pelos produtos mineiros se dá pela qualidade e outras características competitivas dos nossos produtos, alcançando diversos países no mundo”.

A indústria registrou, no geral, alta de 1,6% nos três primeiros meses e 5,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. Puxaram o resultado positivo no primeiro trimestre, energia e saneamento (1%) e a indústria extrativista mineral, com alta de 4,2%, e de 19,9%, comparando com o primeiro trimestre de 2022.

O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), João Gabriel Pio, explica o que contribuiu para os resultados positivos nesses setores. “A primeira foi favorecida pelo aumento da extração de minério de ferro, enquanto a segunda foi influenciada pela elevação dos consumos residencial e comercial de energia e pela expansão da geração de eletricidade”.

Já a indústria de transformação registrou queda de -0,4%, segundo o economista, o resultado foi “puxado pela menor fabricação de produtos alimentícios, minerais não metálicos, produtos químicos e máquinas e equipamentos”. A construção também registrou uma leve redução, (-0,1%). O setor de serviços registrou alta de 0,1%, puxado pelo comércio (0,6%) e administração pública (0,3%). Por outro lado, transportes e outros serviços fecharam em baixa com quedas de 0,4% e 0,1%, respectivamente.

No total, o Valor Adicionado Bruto (VAB) que representa o valor que cada setor da economia acresce ao número final de tudo que foi produzido em uma região, totalizou em R$ 203,1 bilhões, e, na composição associada às atividades, o setor agropecuário foi responsável por R$ 15 bilhões (7,4% do total); a indústria, por R$ 56,3 bilhões (27,7% do total); e os serviços, por R$ 131,8 bilhões (64,9% do total), também em referência ao primeiro trimestre de 2023.

Próximos meses

A expectativa dos setores que registraram alta e também por parte da FJP é que os resultados continuem positivos nos próximos meses. Para o pesquisador da FJP, Raimundo Sousa, existe a possibilidade de que o PIB mineiro alcance a marca de R$ 1 trilhão no final deste ano.

A assessora da Faemg também está otimista com a participação da agropecuária no PIB. “Há uma expectativa de crescimento na participação da agropecuária na nossa economia. Vários investimentos estão sendo feitos, estímulos fiscais e a entrada da safra de café, cana-de-açúcar e de outras atividades produtivas ao longo desse segundo trimestre do ano”.

O economista da Fiemg acredita que a indústria extrativa pode ter resultados ainda melhores, depois de alguns contratempos ocorridos no ano passado, como as fortes chuvas em MG e o lockdown na China.