Amigos do governador Romeu Zema (Novo) não cansam de disseminar que se a eleição fosse hoje, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), não seria candidato ao governo de Minas por medo da popularidade do chefe do governo estadual, especialmente nas cidades do interior.
Kalil, por suar vez, sequer se prestou a analisar essas jogadas do processo pré-eleitoral por entender que isso faz parte da cena política. Em reposta à movimentação de Zema pelo interior, o prefeito de BH vem intensificando contato com lideranças políticas de todas as ideologias, indo do PT aos representantes de siglas mais conservadoras. Recentemente, Kalil recebeu, na capital mineira, uma enorme comitiva de prefeitos vindos da região do Leste mineiro, e isso deixa claro sua intenção de se preparar para o embate de 2022.
Nos corredores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) há comentários afiançando a definição do nome do presidente da Casa, deputado Agostinho Patrus (PV), como pré-candidato a vice-governador na chapa de Kalil.
Por enquanto, o imbróglio do projeto político do atual prefeito da capital mineira fica por conta do Senado. Recentemente, o senador Antonio Anastasia (PSD), da mesma sigla de Kalil, se declarou candidato à reeleição. Neste caso, ficará prejudicada a possibilidade de Alexandre Silveira, suplente de Anastasia, em disputar o pleito como era sua intenção no início deste ano.
Só para rememorar, em 2022 existirá apenas uma vaga à Casa Alta do Congresso. Quanto a isto, talvez os articuladores deste grupo necessitem de mais tempo para desdobrar o assunto, pois tem ainda a possibilidade de candidaturas como a do deputado federal Reginaldo Lopes (PT) e, também, do deputado federal mais votado de Minas na atualidade Marcelo Álvaro Antônio (PSL).
No que se refere ao governador Zema, poucas são as informações quando o assunto é política. A definição de seu perfil, nos comentários de bastidores, aponta que se trata de um cidadão comum, simples, mas seu governo tem muitos senões, começando pela enorme rusga de técnicos que comanda o governo mineiro. Muitos estão se desentendendo e essa falta de sintonia chega até mesmo à comunicação do governador, andando ao sabor de secretários que interferem diretamente para desespero da imprensa que, volta e meia, faz reclamações dirigidas ao Palácio Tiradentes. Um detalhe importante, até o que se sabe, nem sempre esses recados chegam ao ouvidos do próprio Zema, que age como se estivesse em uma bolha, vai deixando tudo como está para ver como fica.
A especulação do momento diz respeito a uma possível acomodação do vice-governador Paulo Brant, agora filiado ao PSDB. Existem pessoas articulando a permanência de Brant ao lado de Zema, possibilitando que os dois estejam lado a lado na chapa de 2022. O fato é que os sete deputados tucanos na ALMG representam a maior força política do governo no âmbito do parlamento estadual. Contudo, e, para complicar esse cenário, há um contraponto: o governador não se importa em alimentar uma boa convivência com os deputados, tanto que a maioria de suas viagens pelos recantos do estado é sempre sem a presença deles.