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Despesas com medicamentos subiram quase 21% no estado

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O setor de saúde em Minas Gerais movimentou cerca de R$ 43,4 bilhões em 2022. Desse total, os gastos com medicamentos representaram R$ 20,4 bilhões. No ano passado, as despesas com remédios no estado foram 20,7% maiores do que em 2021, quando foram calculados R$ 16,9 bilhões. As informações são de um estudo divulgado pela consultoria IPC Maps.

Outra parte do valor total, R$ 22,9 bilhões, é composta por planos de saúde, enfermagem e serviços odontológicos. A mesma pesquisa afirma que, atualmente, cerca de 3,2% dos orçamentos das famílias brasileiras são destinados à compra de medicamentos.

Para a economista Renata Camargos, as principais razões desse aumento dos valores são a inflação e o crescimento da população mais idosa. “Geralmente, esse é o público que mais faz uso de medicamentos. São gastos essenciais para muitos que possuem condições de saúde mais críticas e precisam comprar remédios para ter qualidade de vida”.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados ano passado, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. Em números absolutos, o grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8% no período.

 

Aumento

Os preços dos remédios vendidos no Brasil subiram 5,6% como resultado da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços a o C o n s u m i d o r A m p l o (IPCA), segundo cálculos do Sindicato da Indústria Farmacêutica (Sindusfarma). A resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), que estabelece o reajuste oficial para 2023, vale para a introdução de cerca de 13 mil medicamentos prescritos.

A estimativa do Sindusfarma leva em conta a inflação acumulada entre março do ano passado e fevereiro deste ano, segundo o IBGE, e a leitura de que os demais fatores da fórmula usada para cálculo serão iguais a zero.

Conforme o Sindicato, a aplicação do aumento não é imediata e automática. “Vai acontecer, na verdade, à medida que haja reposição dos estoques e de acordo com a estratégia comercial das empresas. Também por causa disso o aumento efetivo dos preços fica, via de regra, abaixo da inflação”, afirma em nota.

O Sindusfarma acrescenta ainda que “o percentual repõe a inflação do período, mas que, na série histórica, o reajuste acumulado de preços está abaixo do IPCA. De 2013 a 2023, de acordo com a entidade, o IPCA subiu 98,4%, ante uma variação de preços dos medicamentos de 65,4%”.

A aposentada Maria Fagundes diz que quase metade de sua aposentadoria vai para medicação. “Tenho receio do reajuste, pois o dinheiro que ganho já não tem sido suficiente. Meus filhos me ajudam, mas mesmo assim ainda passo aperto. Sofro de diabetes e hipertensão, tomo 10 tipos de remédios. O que mais pesa no final do mês é a conta da farmácia”, reclama.

Para a economista, a melhor alternativa é fazer uma pesquisa para ver onde os medicamentos estão com o valor mais em conta. “É importante que o consumidor procure as melhores ofertas nas drogarias e farmácias. Dependendo da reposição de estoque e das estratégias de negócios dos estabelecimentos, os aumentos de preços podem demorar a acontecer ou até mesmo não ocorrer”.