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Consórcios somam R$ 144 bilhões em créditos vendidos no Brasil

Modalidade foi a mais escolhida para comprar veículos leves – Foto: Freepik.com

Opção para quem deseja adquirir um bem ou serviço, mas sem ter que pagar juros, o consórcio tem atraído novos clientes. Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o setor registrou 1,99 milhão de vendas de novas cotas ao longo do primeiro semestre de 2023, alcançando R$ 144 bilhões. Houve alta de 20,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

De janeiro a junho, as vendas do consórcio de veículos leves chegaram a 805,47 mil cotas, com avanço de 13,5% em relação aos seis primeiros meses de 2022. Já para aquisição de motocicletas a quantidade atingiu 636,67 mil cotas. Também registraram alta nas vendas de novas cotas os consórcios de imóveis (14,5%), motocicletas (7,9%) e veículos pesados (7,2%). Por outro lado, eletroeletrônicos e serviços registraram queda de 20,4% cada.

O CEO da Klubi, Eduardo Rocha, aponta que o interesse pelo consórcio vem aumentando devido a modalidade ter vantagens em relação a um financiamento. “Se destaca como uma alternativa mais acessível e menos burocrática para análise de crédito e adesão. Por exemplo, um financiamento automotivo chega a cobrar 3% ao mês, o que afeta muito no valor final do bem adquirido. Já os consórcios funcionam como um investimento planejado”.

Rocha cita algumas vantagens do consórcio. “Além de evitar a taxa de juros que hoje está em 13,25% ao ano, a modalidade tem um elevado índice de aprovação. Também não se perde dinheiro com a inflação, já que existe uma correção anual no preço dos planos para garantir o poder de compra do membro. Na adesão de um plano, os clientes podem escolher o valor do crédito desejado e o número de mensalidades que querem diluir, o que facilita a gestão financeira e permite que o usuário se programe para receber o bem”. 

O que fazer antes?

Os consórcios são regidos pela Lei nº 11.795/2008, além de regulamentação do Banco Central e Código de Defesa do Consumidor (CDC). O consultor financeiro Ronaldo Roggini orienta que seja feita uma pesquisa sobre quem está vendendo antes de fazer um consórcio. “Procure saber se a instituição é regulamentada pelo Banco Central, se são tradicionais no mercado e têm boa avaliação nos sites de reclamações. Compare com outras empresas o valor das parcelas, as taxas de administração cobradas, o número de contemplados por grupo e por mês”.

Roggini explica que a legislação atual protege o associado em diversas situações. “O consorciado tem até 7 dias para desistir do investimento. Ele poderá receber a devolução dos recursos em sorteios mensais das cotas canceladas ou ao final do grupo e a empresa é quem arca com as taxas pertinentes. Caso isso não aconteça, o cliente deverá fazer reclamação no Procon e no Banco Central. Se houver algum tipo de irregularidade no consórcio, a empresa poderá sofrer punições, como notificações escritas, multas e perder o direito de comercializar consórcios”.