Um levantamento realizado pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG com os empresários de Minas Gerais que atuam com vendas de materiais escolares, entre eles: papelaria e livraria; mercado, supermercado e hipermercado; loja de departamento, magazine e multicoisas, mostrou que 28,2% das empresas obtiveram resultados melhores de vendas se comparado a 2022 (18,3%). Os principais motivos para esse resultado são abrandamento da pandemia (45,5%), aquecimento do comércio (30,4%) e consumidor mais confiante (30,7%).
Apenas para 7,5% dos empresários entrevistados os resultados foram ruins esse ano, enquanto que, em 2022, esse percentual chegou a 44,3% do comércio varejista. Os lojistas que responderam negativamente atribuem tais resultados aos preços altos dos produtos (21,4%), consumidor mais cauteloso (14,3%) e endividamento do consumidor (também com 14,3%).
O período com maior fluxo de consumidores foi o início de fevereiro, de acordo com a maior parte dos empresários (45,4%), seguido por após o Carnaval para 8,2% dos proprietários. As vendas neste ano se basearam, para 41,1% das empresas, na lista completa de materiais e 22,7% em itens em promoção. Na percepção dos lojistas, 63,8% dos consumidores sempre fazem pesquisas de preços, enquanto 20,3% pesquisam às vezes e outros 11,6% raramente.
O proprietário de uma papelaria afirma que fevereiro foi o ápice das vendas. “Muitas pessoas deixam para comprar de última hora quando as aulas já começaram, por conta do grande custo que as famílias possuem no início de ano. Na loja, notamos um aumento de aproximadamente 20% nas vendas se comparado ao ano passado”.
A economista Renata Camargos afirma que no período das aulas on-line, muitas famílias optaram por reaproveitar os materiais e compraram apenas o necessário. “Agora que escolas e faculdades voltaram 100% ao presencial, os materiais são indispensáveis, o que ajuda a explicar o crescimento das vendas, além do grande aquecimento e otimismo do setor de comércio para 2023”.
Para 37,2% das empresas, o gasto médio com as compras de materiais escolares foi de R$ 100 a R$ 200, e para 18,4%, o ticket médio permaneceu entre R$ 200 e R$ 300. O principal meio de pagamento utilizado no período pelas famílias foi o cartão de crédito parcelado, modalidade que se destacou em 35,3% das empresas pesquisadas, seguido do cartão de crédito à vista (26,1%).
Como forma de atrair os clientes e alavancar as vendas, muitas empresas realizaram promoções e/ou liquidações de artigos que compõem a lista escolar (39,1%). Outras ações utilizadas foram propaganda/divulgação (22,5%) e diversificação do mix de produtos (13,3%). Em 24,2% das empresas dos segmentos avaliados, o quadro de funcionários para o período foi reforçado com a contratação de temporários, percentual semelhante ao observado no ano anterior, quando 20,1% contrataram.